sábado, outubro 22

Escreve no blog

Pedem-me que escreva no blog...
Em resposta à minha afirmação de ausência de tema, dizem-me que escreva qualquer coisa... mas que escreva.
E então eu escrevo.
Sobre o que vou escrever não sei. Talvez surja algo a tempo de salvar este tópico do grupo dos destinados a satisfazer actualizações vazias.
Enfim...

A ideia de ter um blog não foi minha mas achei uma boa ideia. Na altura estava muito em alta e pareceu-me que podia ser interessante ter um sitio onde pudesse partilhar algumas coisas, contar histórias, fazer rir, pensar, ter reacções ao que escrevia.
No entanto nunca consegui encontrar a postura certa para o blog.
Há coisas que ás vezes me apetece escrever mas que não têm lugar aqui... outras simplesmente nunca aparecem e, se pudesse ter um blog de coisas por dizer, teria muito com que o "encher".

Este não foi salvo, talvez o próximo seja.

sábado, outubro 15



Quero ter uma lesma de estimação!


domingo, outubro 9

ping ping ping



Está na altura de me dedicar mais às fatias! Disse eu, enquanto o padeiro cortava eróticamente o cacete em fatias. O sangue que dele escorria, pingava frenéticamente no azulejo vidrado do chão estéril da cozinha do restaurante. Enquanto isso, lá fora, o néon reluzia e piscava como quem espera a morte a qualquer momento. Lá dentro, no ventre daquela casa de farinha, o calor era extremo, quase queimava os pulmões de cada vez que se inspirava. A massa branca e mole transformava-se mágicamente no pão nosso de cada dia. O padeiro, cansado da sua vida infeliz, farto de passar a vida a cortar pão, apunhalou-se. O som abafado da lâmina afiada a rasgar as camadas de pele do seu peito foi audível no outro lado da rua. O sangue jorrou como uma fonte pública, jorrou sem que ninguém se importasse, como se todos os dias jorrasse sem apelo nem agravo. Já não conseguia respirar... A perspectiva de morrer afogado no seu próprio sangue dava-lhe uma certa satisfação. A satisfação de morrer por si e apenas consigo, sozinho... Sem que ninguém olhasse, sem que ninguém se importasse, como uma mosca que cai na sopa e morre afogada imperceptívelmente. Adeus mosca. Adeus padeiro. Da tua mão nunca mais sairá pão.