quinta-feira, outubro 11

Todos ao Cabaret!


Quem é que já ouviu falar no Cabaret Maxime?

Fica ali numa esquina da Praça da Alegria e é um Cabaret no verdadeiro sentido da palavra.
Já foi um local de luxo por onde passaram pessoas como o Rei de Espanha, depois foi-se degradando e acabou por se tornar num antro de prostituição. Durante muitos anos foi um local a evitar por toda a gente, excepto aqueles que tem gosto no sexo pago com prostitutas de origem e higiene duvidosa.

Entretanto, o normal (para Portugal) aconteceu! Um holandês comprou aquilo e voltou a dar-lhe dignidade e carisma. Para apimentar a coisa pôs a Direcção Artística a cargo do sobejamente conhecido e de sanidade duvidosa Manuel João Vieira (o vocalista dos Ena Pá 2000). Quem costuma lá ir diz que tem havido espectáculos muito interessantes e diversificados.

Mas vamos ao que interessa. Os organizadores do Festival Internacional do Táxi tiveram uma ideia genial, meter os taxistas num concurso de talentos. Eles podiam fazer o que quisessem.
Promissor.

Lá se mexeram uns cordelitos e arranjámos uns convites pra ir. Antes de mais devo dizer que adorei o espaço. À falta de melhores palavras é muito carismático e catita. Tem definitamente um feel muito forte de cabaret. É escuro e carregado, de decoração vintage e com clientela da época. Surpreendentemente o fumo não é problema, o ar condicionado é uma maravilha. As bebidas não são baratas mas não fogem do preçário normal destes sítios.

Quanto ao festival, podia ter sido melhor. Não houve muita variedade de performances. Aliás só houve dois tipos de actuações. Uns contaram histórias outros cantaram o fado e outro "cantou" qualquer coisa que não é identificável pelo ouvido humano.

Por mim só pelo espaço valeu a pena e tenho vontade de lá voltar desta vez para ver um espectáculo melhor. Sempre dá pra ir vendo uma ou duas "personalidades". Naquele dia vimos a vocalista dos Cool Hipnoise que trabalha lá, O BossAC, o Rui Zink e mais um cantor velho com plásticas cujo nome eu não me lembro.

Aventura

Bem, desde a última vez já aconteceu muita coisa!

A aventura BETi continuou!

Passámos uma semana e meia em Viseu a construir o protótipo. Foram umas autênticas férias!
Tinhamos tão pouco para fazer que só trabalhávamos das 10 às 23h (nos bons dias). Aliás, se me perguntarem como é Viseu eu respondo: "Tem um muro branco à volta e meia dúzia de pavilhões no meio" porque realmente no tempo que lá estivemos praticamente não saímos das instalações do Politécnico.

Lá pelo meio tivemos que vir "forçadamente" passar o fim de semana a Lisboa porque os "chatos" daquele programa fixe chamado 2010 que passa na RTP2 queriam fazer uma reportagem sobre a menina dos olhos do Festival do Táxi (aka BETi). Fizemos o esforço... :P

Depois de entupirmos os poros e as vias respiratórias com kgs de serradura, de pó de betume e vapor de tinta acrílica lá saiu isto.




Não foi um parto fácil! Podemos mesmo dizer que saiu a ferros. Foi acabá-lo (prai às 3h da manhã), meter no carro e vir pra Lisboa pra estar no Saldanha às 7h pra descarregar o bicho e montá-lo. Claro que pelo meio da montagem tivemos de fazer mais um esforço adicional para dar duas entrevistas em directo à Ana Galvão da Antena 3. Mais um grande "esforço"... :P

Depois foi dormir um cadinho e ir pra inauguração comer pasteis de nata e emborcar ginginhas!

Episódio engraçado que na altura não teve piada nenhuma: Fui para casa dormir qualquer coisa, acordei às 16:30 e saí às 17h (a inauguração e entrega de prémios era às 18h). Em dias que não são nada importantes para mim ir da Portela ao Saldanha é uma operação de 15/20m. Neste dia não. Trânsito impossível na segunda circular e acidente na marginal. Resultado, eram 17:55 e estava parado numa fila interminável junto à Estação de Sta Apolónia. Solução, estacionei miraculosamente mesmo em frente à estação numa questão de segundos, pulei para dentro de um táxi e o tipo (simpático) meteu-me no saldanha em 15m! Cheguei mesmo a tempo de não perder nada importante! Ufa... E falei eu tão mal dos senhores taxistas...

Uns dias depois tivemos uma apresentação do projecto na Gulbenkian para uma dúzia de estrangeiros.

Correu tudo bem e a aventura BETi acabou. Finalmente.

sexta-feira, setembro 21

Btuga rises again!

Boas novas para a comunidade cibernética. O famoso Btuga está de volta!
Após a famosa intervenção da PJ, que provocou fortes danos à comunidade de partilha de ficheiros portuguesa, o Btuga, ou melhor, o BT Next - nova designação - surge agora para retomar o legado daquela que era, muito provavelmente, a maior comunidade de P2P em Portugal.
Apesar de não se assumir como Btuga 2, e negar toda e qualquer associação ao agora arguído Luís Ferreira - aka Martini Man - não restam dúvidas de que o BT Next é feito do mesmo molde que o seu antecessor. No fundo é o regresso de uma comunidade. Um movimento.
E para todos os que usufruíam desse movimento, esta deve ser uma boa noticia! Para mim é ;)
Toca a partilhar pessoal!

www.btnext.com/

segunda-feira, setembro 3

O BETi e a fama.

Pois é meus amigos, já não se escreve aqui à tanto tempo... Então, este post é sobre uma menina chamada BETi que levou (e continuará a levar espero) os seus paizinhos ao topo do mundo. (xi, que exagero...) Podia ser uma história de prostituição mas não é, para pena de muita gente inclusivé a minha... Então, como último exercício do último ano de Faculdade (nunca a palavra último soube tão bem!) tinhamos que participar num concurso chamado Taxi Stand que ia ser lançado no âmbito de um tal Festival Internacional do Táxi que se vai realizar em Lisboa agora no fim do mês. Este Festival, por sua vez, insere-se na Semana Europeia da Mobilidade e tem o patrocínio/organização a cabo do Institut Pour La Ville En Mouvement (um instituto da alçada da Peugeot e da Citroen). Bom, o concurso não era aberto a toda a gente. Instituto Superior Técnico, a Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, o Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Departamento de Engenharia de Madeiras do Instituto Politécnico de Viseu e a minha Faculdade eram as entidades convidadas. Ao todo eram cerca de 60 alunos (organizados em equipas de 2, 3 ou 4) que no total desenvolveram qualquer coisa entre os 20 e os 30 projectos. O concurso avançou, o nosso projecto (meu, da Rita e do Emanuel) foi-se desenvolvendo e na altura da apresentação ao júri tinhamos qualquer coisa como isto.



Conceito
Paragem universal constituída por 5 módulos que se articulam entre si, definindo um ponto/espaço de interface com o táxi.

Consoante o local onde se insere, existe uma multiplicidade de combinações de módulos e, consequentemente, das suas funções e interacções com o utilizador. A acrescentar a isto, pretende-se que os táxis sejam veículos movidos a energia eléctrica e devidamente adaptados ao conceito geral da paragem.

Solução:
Parte da criação de vários módulos, cada um com um conjunto de funções, que se interligam entre si criando um espaço único homogéneo e lógico.

Esta multiplicidade permite que, mediante a especificidade funcional do local, seja possível aplicar um determinado número/combinação de módulos que melhor sirvam as necessidades desse mesmo sítio.

Assim, em locais com menor espaço disponível ou necessidades mais reduzidas, não seria necessária a instalação de todos os módulos. Ex: Num local de menor afluência de público, poderia ser apenas instalado o módulo de interface com o utilizador (ver adiante) não saturando assim o pouco espaço livre que geralmente existe na malha urbana.

Uma das grandes vantagens desta característica modular da paragem é o facto de se tornar muito mais flexível e adaptável às condições do local em que é inserido. Adquire assim uma certa universalidade, podendo ser implementada em qualquer cidade do mundo.

Para além da modularidade e universalidade, outro conceito integrante desta ideia é a auto-sustentabilidade. Para um equipamento destes, podemos atingir esse objectivo através de superfícies para apliações publicitárias de cariz comercial ou institucional.

Para optimizar este recurso, todos os módulos são revestidos com tinta electrónica. Esta tinta permite, através de um sinal electrónico, mudar a sua aparência podendo exibir um cartaz de um evento, logotipos, o que o cliente desejar. Embora actualmente esta tecnologia só exista para aparelhos electrónicos a preto e branco, prevê-se que num futuro próximo possa ser aplicada a superfícies no exterior e seja a cores.

Os módulos que constituem o BETi são 5:

- Módulo Interface: permite ao utilizador ter acesso a uma série de informações acerca do seu percurso bastando para isso inserir o seu ponto de destino. Entre outras o tempo estimado e o custo da viagem. Tendo já tido acesso ao custo da viagem torna-se lógico que o utilizador possa efectuar um pré pagamento da viagem. Neste interface isso é possível. Para o utilizador a principal vantagem será o facto de assim ter uma garantia e tornar impossível burlas por parte de alguns profissionais menos “conscienciosos”. Para o profissional também existem vantagens, nomeadamente, o passar a lidar com menos dinheiro e tornar-se assim menos “apetecível” para futuros furtos.

De salientar que este módulo de interface pode funcionar sozinho. O conjunto completo dos módulos faz sentido para grandes interfaces de transportes ou espaços mais amplos. Nas ruas da cidade em que o espaço não é muito, pode ser implementado apenas o módulo de interface funcionando assim como ponto de ligação entre os tais grandes interfaces.

- Módulo de espera: onde os utentes podem esperar pelo seu táxi. Tem capacidade para duas pessoas sentadas e pode ser repetido para suprir as necessidades do local onde está inserido.

- Módulo Informativo: Onde os utilizadores da paragem têm acesso a uma série de informações, nomeadamente, quando o seu táxi vai sair. Este módulo poderá também transmitir conteúdos recreativos ou publicitários. Deve estar junto ao módulo de espera.

- Módulo de embarque: onde o utilizador passa da área da paragem para o próprio táxi. Tem como principal função a distinção entre aquele que é o espaço da paragem e o da via pública. Serve também como referência visual para o táxi.

- Módulo sanitário: equipado com sanita, urinol e lavatório. A sua inclusão na paragem apenas faz sentido em locais de grande afluência. Serve não só para os utentes, como para os taxistas.

De notar que estes módulos podem ser aplicados em conjunto e interligados (estão equipados com um sistema de imãns que os une), ou separados. Isto permite que num espaço mais limitado se possa integrar toda a paragem como um único elemento, e num espaço mais amplo se jogue com os vários módulos e espaços entre si criando um percurso mais flexível e criativo.






















Anyway, o importante aqui é que o júri decidiu e ganhámos nós! clap clap clap!

Bela maneira de acabar o curso hein?
Bom, a primeira coisa que se pensa quando se ganha um concurso é: "O que é que eu ganhei?"

Para muita (muita mesmo) pena minha este concurso não tem prémio monetário... Apesar disso até nem nos podemos queixar porque vamos ter oportunidade de fazer uma coisa que muito poucas pessoas conseguem. Vamos fazer o protótipo à escala real! Só vamos fazer os módulos de interface e espera (por razões temporais e financeiras) mas mesmo assim vai ser interessante ver a ideia crescer do ecrã de computador para um bicho com 2,5m de altura. Naturalmente não vai ser feito nos materiais finais, mas sim em madeira (depois deve levar um tratamento para não se perceber isso). Vai estar exposto de 18 a 3 de Outubro no pátio interior do Picoas Plaza e no CIUL (que fica junto a esse mesmo pátio) vão se poder ver as maquetes de mais cinco finalistas e a da nossa paragem completa à escala 1:20. Aliás, enquanto estou a escrever isto, algures numa sala quente do Técnico está a nossa maquete BETi a ser produzida numa máquina de impressão 3D (daquelas coisas que só o Técnico é que tem dinheiro pra ter).

A aventura ainda não acabou, antes pelo contrário, algures no fim desta semana iremos para Viseu onde estaremos até ao fim da próxima semana a fim de fazer o tal protótipo à escala real. Depois, no dia 21 temos o privilégio de apresentar o projecto num colóquio (do Festival Internacional do Táxi) na Gulbenkian.

Claro que deixei a melhor parte para o fim. No meio disto tudo o que nos deu mais gozo, por todas as razões e mais alguma, foi ver a nossa BETi (com imagem e descrição) e os nossos nomes na Revista Cubo (Suplemento do Semanário Sol), Público, Jornal de Notícias, Auto Hoje, Auto Foco e Canal Up. Estes foram os que nós fomos descobrindo. É possível termos sido publicados noutros sitios sem termos sabido (se virem alguma coisa digam!). Entretanto, amanhã pelas 7h e pelas 10h irá passar um excerto da entrevista que a Antena 3 nos fez hoje.

E prontos, foi isto. Agora queremos um emprego bem pago sff.

Eu não sou um título.

sábado, julho 14

Hoje comprei uns chinelos novos!
São fixes e confortáveis!

sábado, junho 23

Não posso dizer que já tenha acabado a faculdade, ainda faltam as avaliações finais.
No entanto, ontem foi o meu último dia de aulas.

6 anos depois. Que viagem...

Foi como dar a volta ao mundo num autocarro sujo, cheio de gente e sem janelas, sempre a 50km/h.

Demorou uma eternidade, não aprendi quase nada pelo caminho, foi incómodo, tortuoso, exasperante e desesperante. Estive à beira de desistir mais do que uma vez, e no fundo acho que só valeu a pena pelas pessoas que iam no mesmo autocarro que eu.

1983

Um destes dias recebi um daqueles mails corrente em que é suposto passarmos aos amigos e tal. Descansem que este não é daqueles que nos mata 48h depois, ou nos faz cair os testículos.

Anyway, achei piada a este porque até me identifico com algumas coisas.

"Nascidos antes de 1986. De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.

Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas 'à prova de crianças', ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.

Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua. Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doer! Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal. Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola. Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles? Parabéns! Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como
verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, 'para nosso bem'. Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós.
Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.
A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986.
Chamam-se jovens. Nunca ouviram 'we are the world' e 'uptown girl' conhecem de westlife e não deBilly Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.
Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um deus da dança. Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco."

E pronto, é isto.

Eu com 13 anos passava horas e horas e horas no pátio a jogar à bola, às escondidas, à apanhada. Havia sempre alguém no pátio a fazer qualquer coisa. Só vinha pra casa perto da hora do jantar. Cansado, sujo, mas ansioso por mais um dia de brincadeiras.
Desde a 2ª classe que sempre fui sozinho para a escola. Ia ao centro comercial sozinho fazer recados para a minha mãe ou passear com os amigos.

A minha irmã, agora com 13 anos, passa os dias inteiros a ver televisão, a ouvir música, a jogar PS2, ou na net. Nunca foi para o pátio brincar. Todos os dias a minha mãe vai levá-la e buscá-la à escola.
E não julguem que isto é problema da minha irmã. São todos assim.

Enfim, são outros tempos.

sexta-feira, junho 1

sábado, maio 5

Vamos falar

... de um pensamento. Teu. qualquer um.