sábado, junho 23

Não posso dizer que já tenha acabado a faculdade, ainda faltam as avaliações finais.
No entanto, ontem foi o meu último dia de aulas.

6 anos depois. Que viagem...

Foi como dar a volta ao mundo num autocarro sujo, cheio de gente e sem janelas, sempre a 50km/h.

Demorou uma eternidade, não aprendi quase nada pelo caminho, foi incómodo, tortuoso, exasperante e desesperante. Estive à beira de desistir mais do que uma vez, e no fundo acho que só valeu a pena pelas pessoas que iam no mesmo autocarro que eu.

1983

Um destes dias recebi um daqueles mails corrente em que é suposto passarmos aos amigos e tal. Descansem que este não é daqueles que nos mata 48h depois, ou nos faz cair os testículos.

Anyway, achei piada a este porque até me identifico com algumas coisas.

"Nascidos antes de 1986. De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.

Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas 'à prova de crianças', ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.

Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua. Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doer! Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal. Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola. Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles? Parabéns! Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como
verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, 'para nosso bem'. Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós.
Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.
A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986.
Chamam-se jovens. Nunca ouviram 'we are the world' e 'uptown girl' conhecem de westlife e não deBilly Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.
Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um deus da dança. Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco."

E pronto, é isto.

Eu com 13 anos passava horas e horas e horas no pátio a jogar à bola, às escondidas, à apanhada. Havia sempre alguém no pátio a fazer qualquer coisa. Só vinha pra casa perto da hora do jantar. Cansado, sujo, mas ansioso por mais um dia de brincadeiras.
Desde a 2ª classe que sempre fui sozinho para a escola. Ia ao centro comercial sozinho fazer recados para a minha mãe ou passear com os amigos.

A minha irmã, agora com 13 anos, passa os dias inteiros a ver televisão, a ouvir música, a jogar PS2, ou na net. Nunca foi para o pátio brincar. Todos os dias a minha mãe vai levá-la e buscá-la à escola.
E não julguem que isto é problema da minha irmã. São todos assim.

Enfim, são outros tempos.

sexta-feira, junho 1

sábado, maio 5

Vamos falar

... de um pensamento. Teu. qualquer um.

quarta-feira, abril 25

A queda do regime

Revolução de Abril

1974, dia 25 de Abril.

Fernando Carvalho Gesteira, de Montalegre
José James Barneto, de Vendas Novas
Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa
José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores

Estes foram as únicas vítimas da revolução, assassinados a tiro pelos Pides refugiados na sua sede na Rua António Maria Cardoso. Para além destes, mais 45 pessoas ficaram feridas.

Portugal, Lisboa. Revolução de 25 de Abril de 1974

Porque vale a pena aprender quem somos :)

sexta-feira, março 30

Tecnologia da Ponta!

Achamos sempre que estamos a par das novas tecnologias apenas vendo aquilo que aparece na tv ou vendo nas revistas da especialidade. De repente alguém tropeça num vídeo e lá ficamos nós de boca aberta.

Dois bons exemplos disso:




segunda-feira, março 26

Hoje, mais do que nunca. Para não esqueçer.


No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

...