segunda-feira, fevereiro 12

O SIM e os cócós

O SIM ganhou, aí não há surpresas.

Para mim surpresa foram os 56% de abstenção. Por um lado o país avança mudando a lei do aborto, por outro mostramos como somos ignorantes e não damos valor aquilo que temos não indo votar.
Aqui nem se trata do sim ou não ao aborto, trata-se de pôr em prática aquilo a que temos direito. Temos o direito de votar por isso devemos votar. Se não por nós, pelo menos por todos aqueles que gostavam de o poder fazer e não conseguem por viver em regimes totalitaristas e opressivos.

Acreditem que isto é tremendamente irritante e atinge-me a sério. Eu já sabia que havia muita gente que não ia votar, esperava que os niveis de abstenção andassem nos 30%/40% como é costume nas autárquicas, legislativas e presidenciais. Há sempre muita gente que já não vota principalmente no interior nas zonas mais analfabetizadas, há sempre bastantes ignorantes preguiçosos, mas isto?

50% de abstenção na cidade de Lisboa? Não percebo e revolta-me! Mas o que é que se passa com as pessoas? Não querem saber? Sim, eu sei. É o típico deixa andar português cuja única preocupação é falar mal sobre tudo e mais alguma coisa.

Depois, vem um filho da p*** qualquer que à pergunta "Então já foi votar?" responde isto: "Ah não, eu não voto! É a minha maneira de protestar! Eu não acredito nessas coisas...". Antes de mais lamento profundamente que a tua mãe não tenha feito aquilo que agora vai ser legalizado, sempre era menos um idiota no mundo. Depois pergunto, "o quê?? Mas tu queres protestar contra o quê??".

Sejamos francos, eu depois de tirar o cartão de eleitor ainda me baldei a duas eleições se não estou em erro exactamente sob a mesma desculpa. Era a minha maneira de protestar... Não tenho qualquer pudo em dizer que era uma atitude profundamente ignorante da minha parte e gostava que alguém mo tivesse dito. Mas a questão ainda vai mais fundo! Eu "argumentava" isso mas no fundo o que eu tinha era preguiça de ir votar! Tão simples quanto isso!

Hoje não tenho problemas em admiti-lo e preferia que dissessem isso do que andarem a apresentar argumentos que são autênticas barbaridades.

Volto a bater na mesma tecla, como é possível que mais de 5.000.000 de pessoas não tenham ido votar? Votar nem uma vez por ano se faz! O que é custa uma pessoa sair de casa por 10 minutos para ir votar? Principalmente as pessoas da cidade de Lisboa!

Não acreditas no sistema? Vota em branco!
Ah não espera, realmente a melhor maneira de protestar é ficar quietinho e caladinho e simplesmente nem aparecer. Não a sério, realmente parece-me extremamente eficaz. Aliás! Descobri isto num documento que tinha estado escondido nos ultimos 30 anos e que apareceu entretanto: sabem aquela história toda da revolução do 25 de Abril, a ocupação dos ministérios e essas coisas todas? É tudo mentira, foi tudo romanceado para ficar melhor para a história! Aquilo que se passou realmente foi que os capitães de abril, na altura em que já estavam fartos da ditadura resolveram rebelar-se contra todo o sistema simplesmente ficando quietinhos! O nome real da revolução não é "Revolução dos Cravos" (isso foi inventado pelo lobby florista português) mas sim, "Revolta dos Homens Estátua". É como eles costumavam dizer na altura, a inércia vale mais que mil acções! E olha que realmente resultou!

Já sei, já sei! Vamos todos começar uma nova revolução e vamos ficar muito quietinhos e caladinhos e vão ver que num piscar de olhos Portugal vai ser um dos países mais ricos do mundo. Mas têm mesmo de ficar quietinhos!

Agora a sério, o poder de voto é uma coisa muito valiosa e não há razões nenhumas que justifiquem a abstenção. Desculpem mas quem se abstém é uma de duas coisas: ou é ignorante e não percebe que é membro activo de uma sociedade democrática, ou é covarde e tem medo de expressar a sua opinião através do voto SECRETO.

O que mete mais nojo é que uma porcaria de um qualquer reality show ou concurso de merda recebe mais votos por telefone (pago!) do que umas eleições. Este país assim nunca vai sair da merda em que está. E estamos aqui simplesmente a falar de uma cruzinha num papel pelo amor de deus!

Em jeito de conclusão, acho que uma boa solução para este problema era pegar nos abstencionistas todos e espetá-los num país do médio oriente onde a palavra "direitos" só existe como antónimo de "tortos" e fazê-los ver como é bom viver na democracia.

Agora percebo como é que o Salazar recebeu tantos votos para a eleição do maior português de sempre...

12 comentários:

Anónimo disse...

O que me chateia ainda mais nestas coisas é gente como tu que pensa que as pessoas sao obrigadas a ir a mesa de voto. É incrivel como nestas coisas das eleições a definição de democracia e liberdade inidividual vão com o caralho.
Tal como os maniacos do sim e do nao, existem também os maniacos dos votos.
Se acreditas que realmente todas essas 6 milhoes de pessoas n foram a mesa de voto por uma questão de preguiça, entao o ignorante és tu.
Sinceramente n percebo estas interpretações que fazem das abstenções e que ouço em todo o lado.
Enfim. Ainda acham estranho que eu n queira ser arrastado para o meio do circo de fundamentalistas e ignorantes e ainda fundamentalistas ignorantes que é a politica.
Como se a politica, pelo menos em portugal, tivesse a ver com bom senso e opiniões bem formadas. Como se nos fosse dada uma possibilidade de voto logica e razoavel... como sequer soubessemos no que estamos a votar. enquanto n vir uma votação para a qual existiu argumentação logica, em que é possvel tomar uma decisão consciente, ou pelo menos ver que ha vontade de mudar por parte deste povo sem acabar tudo em histerismo, nem sequer me dou ao trabalho de votar em branco. Recuso-me ir as urnas.
Tenho pena se isso chateia muita gente.

X. disse...

Abstencionistas de Portugal, ide-vos fornicar! Esgalha, se não queres ir votar, não vais, é claro que ninguém te obriga. Não acho justo é que gente como tu, não respeite todos aqueles que fizeram a revolta em abril, que lutaram pelo povo, para todos termos direitos e liberdade. Neste último dia 11 tivemos escolha, o povo teve voz, e o que faz? Fica a ver o Goucha em casa, porque a chuva é muita lá fora e ainda nos constipamos. Ou então resguarda-se naquela: "ah, o assunto é muito complicado e prefiro que os outros o resolvam". Felizmente o Sr.Socrates não resolveu tudo em assembleia (como podia muito bem ter feito), e preferiu ouvir o povo. É claro...por ter feito isto toda a gente lhe cai em cima... Sinceramente acho que é o fantasma do salazar a pairar portugal. Ultimamente tenho-me cruzado com um grande numero de pessoas que dizem que no tempo da ditadura vivia-se melhor. Isso assusta-me. Assusta-me as pessoas que preferem ser manipuladas, que preferem não ter escolha, que preferem andar com medo por falar. O 25 de Abril está a ser esquecido, e está a ser visto como um simples feriado. É óbvio que as coisas hoje em dia não estão fáceis (muita corrupção, assaltos, a economia anda doente, etc etc etc ), mas não me venham com merdas de comparações com a ditadura daquele filho da puta mais votado no "melhor dos portugueses".

Bom, acho que já me dispersei muito, e se calhar esta ultima parte não é propriamente para ti. Mas se és abstencionista acho que devias pensar melhor no assunto....cócó, lol.

Anónimo disse...

eu gostava de saber o que e que o pessoal percebe de historia de portugal para estar sempre a falar no 25 de abril...
Suponho que muita coisa mudou para melhor, mas a grande parte continou na mesma e outras pioraram.
Uma das maiores vantagens foi sem duvida a liberdade individual de cada um de nós e eu enquanto abstencionista sinto essa liberdade posta em causa frequentemente. Uma das maravilhas da democracia n e liberdade de escolha? então eu escolho n votar. se o nao tivesse ganho vocÊs estariam a dar graças aos abstencionistas por o referendo n ter valor vinculativo e a dizer mal do pessoal do nao que sao uns otarios do caraças.
assim como ganharam, mas sem certezas se vai ser aprovado em assembleia, pq o referendo foi vinculativo têm de se virar para os abstencionistas.

preferiu ouvir o povo.... por favor. Se o povo confiou nele para os governar e se ele é a favor do aborto, pq n tomou logo uma decisao em assembelei? entao agora sempre que se quiser aprovar uma nova lei, vem para referendo? eu acho uma profunda falta de tomates, mas enfim.
mas pronto, acho muito bem que se façam este tipo de votaç~~ao, para que quem se quiser fazer ouvir, tenha essa oportunidade. Por outro lado a volta deste assunto gera-se um universo de desinformção pegada e duvido que 2% da população tenha ido votar com ideias proprias ou pelo menos ideias bem formadas, pq para se ter uma opiniao bem formada e preciso ver os 2 lados da questão e as pessoas sao simplesmente extremistas.

VocÊs dizem que os abstencionistas sao isto e aquilo, mas a culpa será mesmo das pessoas? n sejam hipocritas.
Se as pessoas n vao ás mesas de voto, é porque ja viram demasiados governos, demasiadas ideias, demasiadas promessas e o barco sempre a afundar.
Votar ca em portugal ja n tem a ver com convicções politicas, informação e merdas do genero. É uma lotaria pegada. Pode ser que se tenha sorte com quem sobe ao poleiro e pode ser que não, por isso tanto faz
Acho que vos devia irritar mais aqueles que votam ignorantemente (a maior parte) do que aqueles que n vao lá.
Se existe esta quantidade de abstenção é pq o panorama politico está longe de ser positivo, as pessoas deixaram de acreditar, as pessoas deixaram de confiar.
Pensem 2 vezes de falar e de acusar as pessoas. Deixem de ser hipocritas e fanaticos. VocÊs sao todos umas caixas de repetição que repetem aquilo que ouvem na televisão e em casa...
e depois o manipulado sou eu e os outros como eu.

Para as pessoas se darem ao trabalho de ir votar, muita coisa vai ter de mudar primeiro, a começar pela seriedade de quem votada e principalmente pela seriedade dos politicos.

cócó e com muito orgulho :P lol

e a minha participação fica por aqui, pq ainda hão de aparecer mais meia duzia deles para me dar nas orelhas e desculpem, mas ja n tenho paciência :P.
ja disse o que tinha a dizer, por isso quem conseguir ver nas minahs palavras um vestigio de razao ainda bem, quem n conseguir temos pena. Apenas vos peço que respeitam as minhas opções politicas tal como eu respeito as vossas nem vos ando a dizer como, onde e porque vocês devem votar.

xpretender disse...

Antes de mais começo com um grande LOL!

Nem me vou para aqui meter em argumentações contigo porque não vejo lógica em nenhuma das tuas justificações para não ir votar.

Aquilo que eu (e todas as pessoas que te conhecem minimamente) vejo nas tuas dezenas de linhas de argumentos é um simples "Eu não fui votar porque sou preguiçoso e me estou a cagar". E não há nada que possas dizer que me convença do contrário. Muito porque estou perfeitamente convencido que se a política em Portugal fosse perfeita e honesta tu havias de inventar uma justificação qq do género "ah, os políticos são pessoas capazes e honestas portanto eu não preciso de ir votar porque confio plenamente neles" simplesmente para não tirares o cu da cadeira e saires de casa.
E acredita que certamente não sou só eu que tenho esta opinião! Qualquer um que se considere teu amigo será capaz de te dizer o mesmo.

Eu não confio em políticos e também acho que a política em Portugal é uma merda ainda assim nas eleições vou e voto em BRANCO!
Neste referendo nem sequer era preciso ouvir nenhum político a falar e a dar balelas como é costume. Era uma pergunta simples para uma situação complexa mas que qualquer um com 2 dedos de testa conseguia formar uma opinião própria sobre o assunto.

Tenho dito e os abstencionistas continuam a ser uns cócós preguiçosos que têm a mania que são rebeldes porque são "anti-sistema".
E tendo em conta que o sistema é capitalista e hiper consumista não estou a ver muita gente a encaixar no perfil de anti-sistema...

Anónimo disse...

qualquer amigo meu sabe que eu defendo as minhas convicções fote e feio. sabem que sou casmurro e quando quero e acredito numa coisa luto por ela.
quando tu falas daqueles que me conhecessem, estas a falar unica e exlcusivamente de ti e da luisa que sao das pessoas que mais faiclmente julgam os outros, que facilmente tiram conclusoes do ar, pois apenas de vocÊs os 2 e que ouvi coisas do genero até agora.
a questao da preguiça n e para aqui chamada,e que ja foi debatida milhares de vezes e se essa continua a ser a tua visão de mim entao parabens e po caralho.
Isto n tem a ver com a facudlade e relatorios e merda do genero. politica é um assunto serio e esta impregnada de pessoas prepotentes, extremistas e cegas como tu.

n te admito que me acuses de estar a dar falsas justificações. Não te admito que me acuses de estar a mentir.
n te admito que me julgues e te rias daquilo que eu digo.
como sempre estás-te a portar como um puto mimado de esquerda, quando as coisas n sao como tu queres.
Que n concordes com o que eu digo tens todo o direito. Eu n concordo com contigo e se n tivesse lido o teu belo post altamente informativo e racional (que entre filhos da puta, ignorantes e preguiçosos dizias que estavas amuado por nem toda a gente pensar como tu) estava a argumentar contigo num tom completamente diferente.


Dou por terminada definitivamente a minha intervenção neste post, pq provaste desde as primeiras linhas, n ser digno do respeito que tinha por ti e pelas tuas opiniões.
É bom ver-te falar assim, pq para variar uma pessoa sabe realmente aquilo que te vai na cabeça, aquilo que pensas dos outros e das suas opiniões.
Com isso ao menos n me podes gozar, pq nesse aspecto sempre soubeste o que podias contar da minha parte.

va, toma la mais um post para poderes gozar a vontade...

xlifes disse...

As coisas que acontecem enquanto corrigimos imagens do Castelo de S. Jorge no photoshop... (smile esbugalhado)

Tenho sempre uma preguiça gigante de responder a estes "tópicos" já gigantes... Mas aqui vai (por ordem)

A questão do 25 de Abril vem muito à baila, porque foi uma acontecimento que marcou muito a nossa história e marcou uma mudança em muitas coisas, nomeadamente na politica e socialmente.
Também me parece que muitas vezes é argumento levantado por tudo e por nada. Mas é quase uma figura de estilo. E neste caso é uma questão que não se desenquadra assim tanto.

É óbvio que ninguém é obrigado a votar (fisicamente), mas sou da opinião que as pessoas o deviam fazer. Porque?
Porque se lhes é dada oportunidade de expressar uma opinião, entendo isso como uma mais valia e acho mais útil aproveitar do que não o fazer.

Se houver interesse pelos assuntos (o que devia sempre no minimo haver, porque estes coisas de eleições e referendos reportam-se geralmente a assuntos que dizem respeito a uma sociedade de indíviduos) então as pessoas têm tempo para se informarem, perceberem as questões, e depois decidir se sim, se não, se nem sim nem não, se PS, se PSD, se menino jesus.

Falando especificamente neste referendo vejo essencialmente duas razões para as pessoas não terem votado:

- estavam indecisas, confusas, não concordavam com nada e não entendem que podiam afirmar essa postura votando em branco.

- ou não tiveram interesse pela questão e não se deram ao trabalho

Discordo quando dizes que a maior parte das pessoas que votou o fez sem ter a mínima noção. É surreal pensar isso. Todos nós tivemos oportunidade de ver os debates, de ler opiniões, de fazer pesquisa própria (eu fiz), de conversar com amigos, enfim, de debater a questão.
2%? por favor. Terão obviamente ido muito votar sem grande noção. Mas pensar que a maioria o fez é achar muita gente burra e desinteressada. E é estar também a ser arrogante. Não somos só nós que somos inteligentes.

Ainda hoje debatemos a mesma questão lá no trabalho, e um dos meus colegas (homem feito, culto, informado) dizia que ele próprio tinha amigos (cultos, informados) que não entendiam a lógica do voto em branco. Que não percebiam a importância de dar uma opinião de forma activa. Eu também não compreendo bem. Mas também não me faz queres matar ninguém. Acho que se as pessoas reflectissem um pouco chegavam lá.

Sobre o facto de se ter feito referendo em vez de decidir o governo: até hoje só houveram 3 referendos. Ou seja, não podemos considerar que o referendo seja uma solução bué procurada para os politicos fugirem as suas responsabilidades. Aliás, ao pedirem aos cidadãos uma opinião, estão a fazer isso mesmo! Porque se eu eleijo um partido para me representar e de forma alguém me sinto "des-representada" por dar a minha opinião.
Os referendos até hoje referiram-se sempre a questões sensíveis à sociedade, e de certa forma abrangentes: aborto, regionalização, aborto)

Dizes que as pessoas não votam porque já viram muitos governos, muitas politicas e estão cansadas e desencantadas... Pois bem, com os meus 24 anos (e apenas 8 ou 9 de atenção dada ao assunto) também já vi algumas politicas (3 governos) e desde sempre olhei para a politica com desencanto, mas não posso dizer que já tenha visto muito, experienciado muito. E assim como assim, se posso escolher entre X e Y, procuro escolher aquele que julgo poder ser um pouquinho melhor... mesmo que seja só um pouquinho mesmo (afinal é o meu interesse em jogo e tudo o que puder aumentar as hipóteses de sucesso é positivo). Ou então escolho dizer que não tenho opinião e voto em branco.
Assim consigo fazer passar a minha ideia e não corro o risco de ser confundida com as pessoas que não têm o minimo interesse nisto e só ligam é a futebol e bebedeiras por exemplo. Porque acredito que uma parte bastante significativa das pessoas que não foi votar o fez por falta de desinteresse completo e por preguiça (está a chover, é chato)
Esta é a minha posição.

Se as pessoas não querem votar paciência, como disse no inicio, ninguém as pode obrigar.
Mas acho falta de responsabilidade.

Mas realmente lá que há extremismos, há...

xpretender disse...

Acho um bocado estranho dizer que já se viu tanto governo e tanta política mal feita num país onde só existe democracia à 33 anos. Se pensarmos bem isso não é assim tanto como isso.
No entanto 33 anos seria mais do que tempo suficiente para termos evoluido muito mais.

Agora com estes níveis de abstenção nunca vamos sair da cepa torta, principalmente porque isto reflecte o actual estado de espírito dos portugueses em tudo o que concerne a sua vida social, política, laboral, etc. Quanto menos tiver que fazer melhor, quanto menos tiver que pensar melhor...

Eu por acaso não me considero de esquerda, nem de direita agora que penso nisso. Uma coisa eu sei que não sou: anarquista.
E por isso em vez de me abster, voto em branco.

betinha disse...

bem... isto já tomou um rumo bem diferente do que aquele em que eu gostaria de participar, mas uma vez que ja tinha dito q o faria, vou opinar qto ao post inicial. Digo apenas q o tom do mm tava a pedi-las, mas suponho q estivesses consciente disso.


O SIM ganhou e fiquei obviamente contente com isso, já que sou dessa opiniao e a exprimi nas urnas.

Não estava realmente à espera de tanta abstenção ja que, comparando com "eleiçoes politicas", esta era uma pergunta mais directa (discutivel) sobre um assunto concreto e sobre o qual eu estava convencida que havia uma mobilizaçao geral, quer p o sim, quer p o não (embora a discussão publica nem sempre tenha sido clara e esclarecedora, mas enfim). Apesar de tudo foi o mais participado dos referendos, o que tambem deve querer dizer alguma coisa.

Foi a primeira vez q fui votar e tal como ja disse noutro sitio, n prometo q o va fazer sempre a partir de agora. Fui votar porque tenho p mim q formei uma opiniao consciente sobre o assunto (certa ou errada, é a minha consciencia) e acredito realmente q este resultado permite melhorar a situação. Se tivesse opiniao mas n acreditasse em nenhuma das opçoes teria votado branco. Se n tivesse opiniao, ter-me-ia abstido simplesmente. E tinha esse direito e, diria até, dever. Acho mais responsável assumir a minha ignorância sobre o assunto (e não sobre o facto de viver numa sociedade democrática) e abster-me, do que votar “no q o amigo vota” ou “no q se vota la em casa”, sem ter a mínima noção das consequências dos resultados.

Aqui chegamos ao voto em branco e ao modo de protesto. Eu acho q, na "teoria" da democracia, o voto em branco é o que tem esse papel, caso eu seja uma pessoa informada e interessada no que está em jogo e simplesmente n me revir em nenhuma das opções. Esse voto deveria ser tomado como preocupante pelo mundo da politica mas n é o q acontece. Talvez precisamente por a abstençao ser sempre maior q os votos brancos, esta é mto mais analisada pelos criticos e afins, do q os "protestantes" q ate estavam mobilizados mas n vêm respostas válidas. Assim sendo, quer queiramos quer n, a abstençao grita mais alto o descontentamento/desinteresse da população, não qto à questão a votos, mas qto ao mundo da politica.

“Desculpem mas quem se abstém é uma de duas coisas: ou é ignorante e não percebe que é membro activo de uma sociedade democrática, ou é covarde e tem medo de expressar a sua opinião através do voto SECRETO.”

Eu nunca votei antes e não foi por nenhuma das duas. :P Não me considero ignorante, pelo menos n no sentido prejurativo, e também n é o voto secreto que me assusta. A terceira hipótese seria a preguiça mas só consigo imaginar-me com preguiça de ir votar se realmente tivesse opinião formada, achasse que havia uma opção melhor entre as várias, e mesmo assim não fosse às urnas. Nunca foi o caso, não estou por dentro, nunca percebi quais as diferenças em cima da mesa e acho q seria mais grave da minha parte se votasse num qq ao calhas ou mesmo se votasse em branco, pq simplesmente n estou a protestar com nada! =P N posso protestar se n sei do q estou a falar. E aí se calhar podem-me chamar preguiçosa (se quiserem) por n fazer por me informar então, etc. Mas n temos todos de ter os mesmos interesses e preocupações. É um facto q é um assunto q directa ou indirectamente nos afecta a todos, mas n pensemos também que votar é a única forma de sermos activos na sociedade e de querermos ver o país andar p a frente! Vê-se pela quantidade dos que votam e dps na prática não fazem mais do que dizer mal das decisões tomadas... Eu nunca votei mas, digam-me se estiver a mentir, também n sou de andar constantemente a dizer mal do meu pais e de quem está no poder.

Ocorreu-me agora a posição do Marcelo Rebelo de Sousa. Lógica ou não, a posição dele é a de que “com esta pergunta, não!” e portanto acredito q, coerentemente, tenha votado em branco. Mas lembro-me também de ver uma outra opinião (e de alguém interessado e participativo, simplesmente n me lembro do nome) q num debate, apesar de estar “pelo sim” como opinião pessoal, tinha duvidas sobre a forma como a questão estava a ser tratada, se deveria haver referendo ou n e se devia sequer haver campanha. Não me admirava nada q esse mesmo senhor se tivesse abstido e acho q tinha motivos p isso. Mas os motivos n tem de ser validos p toda a gente, claro.
Lembro-me também de a minha mãe me falar de uma colega q é vigorosamente pelo sim e no entanto disse q n ia votar, n tava p isso. Também há casos desses, claro. E embora ache uma posiçao muito incoerente não é por isso q acho q ela é uma filha da p%$%$# q devia ir p o médio oriente ver o que é bom......

Isto para dizer que pode haver muitas razoes p n se ir votar, alem de se ser ignorante, covarde, preguiçoso ou má pessoa.

E isto tudo para dizer q sou da opinião q se deve votar (com responsabilidade) mas que temos o direito de não o fazer. E como todos os direitos, tem ser respeitado. Todos nós devíamos fazer muita coisa q n fazemos. Temos esse direito. E também n é por haver quem esteja em regimes totalitaristas q o devemos fazer. Deve-se votar por convicção e nada mais. Não gosto de saber que ainda há muita gente a passar fome em todo o mundo mas também não é por isso que como mais. :P

qto ao resto da discussão, mm a proposito, abstenho-me.

r. disse...

Sobre esta matéria não me manifesto.

xpretender disse...

Eu não quero arrastar mais isto mas só queria dizer que não está escrito em lado nenhum que o voto em branco é um voto de protesto. Tu dás ao teu voto o significado que tu quiseres.
A mim parece-me muito lógico que se tu não te interessas, ou não tens opinião, ou não sabes o que escolher, votas em branco. Se quiseres protestar, vota em branco também.

Não votar, como já aqui foi dito, parece-me uma falta de responsabilidade. Parece-me um bocado imoral.

Pegando no teu exemplo da fome, pode se calhar parecer-te estúpido mas parece-me imoral também quando se deita comida perfeitamente boa fora. Como é feito em todos os restaurantes, hóteis, whatever, em grandes quantidades.

betinha disse...

O meu voto tem o significado q eu lhe dou e eu dou ao voto em branco esse significado. :P Tv n necessariamente de protesto mas simplesmente q nenhuma das opçoes me "satisfaz". N esta escrito em lado nenhum, é verdade, como tb n está escrito q abstenção signifique seja o q for, são leituras que nós fazemos. Mas se realmente toda a gente desinteressada, sem opiniao ou indecisa votasse em branco, entao ja tou como a luisa e n quereria ser confundida c esses casos se realmente tivesse outra coisa a dizer! ;)

tb reprovo q se deite comida boa fora, n me parece nada estupido isso. Mas n me parece q essa situação se encaixe como comparação directa com o exemplo q deste dos regimes, q foi o q fiz. :)

xlifes disse...

Parece-me óbvio que toda a gente tem o direito de fazer o que quiser. Aliás, a palavra "direito", empregue neste tipo de contextos é do mais abrangente que há, se entendermos "direito" como possibilidade e livre-escolha.
Quem já me ouviu comentar o assunto sabe que não ligo pevas a politica. Não gosto, não me encanta, muito pelo contrário. No entanto, acho que o ideal, o que seria correcto e desejado, era que todos os cidadãos votassem naquilo que pode influênciar e muito as suas vidas em sociedade (como na escolha dos governos por exemplo)
É claro para todos também, que a politica não é nenhum mar de rosas e muitas vezes votar PS ou PSD parece (e provavelmente é) exactamente a mesma coisa. Mas ai cabe a cada um perceber onde pode estar a mais infima diferença que possa trazer um pouco de melhor ás coisas.
Sou da opinião que não tendo preferência, não estando no inteiro conhecimento das coisas, o ideal seria as pessoas irem lá. O voto em branco serve bem todos esses propósitos. É um voto vazio. Se não tens conhecimento abstentens-te de escolher, mas não tens que te abster de participar!
A grande diferença está no gesto. Uma coisa é afirmar uma posição de forma activa. Outra coisa é fazê-lo de forma passiva.
Para mim, e é nesta questão que ponho a tónica, é a diferença entre ser confundido com as pessoas que não votam porque se estão a cagar e estar apenas insatisfeito com as opções.

Não me espanta que os meus avós não tenham ido votar. Espantou-se sim ouvir a minha avó dizer que ia. E que ia votar SIM. E até acredito, sem vergonha de o dizer tal é a inocência do acto, que ela o tenha feito sem grande consciência e informação. Porque pensou que era uma posição feninista? Porque alguma amiga lhe disse que votava sim? Porque viu uma actriz de quem gosta na televisão a defender o SIM?
A minha avó sempre viveu numa aldeia de interior, é católica, não entende o porque das pessoas não se casarem, acha imoral uma rapariga andar sozinha com rapazes, acha mal duas pessoas casadas terem contas separadas e deve achar o pior dos pecados uma pessoa ser gay. Porque é que ela disse que ia votar SIM? Não faço ideia. Se calhar tem mesmo uma opinião consciente sobre o assunto. Se calhar é já a tarouquice a falar. Não consigo ficar chocada com isso. São mentalidades muito diferentes. vivências muito diferentes.

Mas jovens como nós? adultos da idade dos meus pais, pessoas com outra cultura, que nasceram noutra época, sob valores diferentes?
Aí já me espanta um bocado sim.


A questão da relevância que assume a abstenção em oposição à relevância que assumem os brancos é uma questão pertinente sim.
Realmente vemos muita atenção dada à abstenção, que surge como a 3ª, 4ª, ou 5ª "candidata" e raramente se falam nos votos em branco. Mas neste ponto volto a pensar na ideia da participação activa. Se mais gente participasse, votando em branco, por exemplo, então esses resultados já teriam outra expressividade e outra leitura até.
O que dizer de um país onde 60 por centro das pessoas FOI votar e votou em BRANCO? que ilações tiraria um governo, um analista e a própria sociedade? parece-me que a "reacção seria muito mais forte..."

Mas nesta situação não sou extremista ou fosse a politica um assunto que tão pouco me aquece. Se as pessoas não querem votar e se estão a cagar paciência. O facto de ter sido o assunto que foi é que me faz alguma diferença... Não estávamos a escolher um PS, PSD, CDS, e as suas promessas sem data definida.... Estávamos a decidir uma coisa muito mais concreta (complexa sim), a ser aplicada a curto prazo e com impacto imediato na vida de muita gente.
Lá está, retóricamente faz-me alguma diferença.


No entanto, correndo o risco de me repetir, esta questão não me faz assim tanta, tanta confusão.
O que me fez muito mais confusão foi o desenrolar da discussão aqui dentro.

O tom do tópico estava a pedi-las?
O tom do tópico é um tom "especifico" de uma maneira de dar uma opinião incisiva e provocativa sim. É um tom que já foi usado outras vezes neste blog, noutros blogs ("aliás, é quase uma figura de estilo") e em conversas pessoais.
O tópico demonstrava indignação e revolta e uma boa dose de ironia.

O problema, a meu ver, nem sequer foi o tópico. Foram os comentário que ele gerou.
A coisa particularizou-se e pelos vistos esta questão toca perto do coração de muita gente...
Como já tive oportunidade de dizer ao próprio, achei o teu comentário, Futre, muito agressivo e inflamado.
Disseste coisas que me chocaram pela força que tiveram no contexto em que se inseriam.
Só tu é que te inflamaste? não! Nem é a inflamação em si que me "agride" mais.
Foi o que ela conteve. Foram as afirmações e os sentimentos que de repente explodiram nestes comentários.
Poderás considerar a minha opinião "partidária", mas sinceramente achei desproporcionado. Mesmo.
E volto a afirmar, não tanto pela forma como foi dito, mas pelo significado e pela força do que foi dito.
Terás sentido-te desrespeitado e ofendido? acredito que possas ter sentido isso sim. Mas mesmo assim não consegui evitar o choque à reacção.
Enfim, sou uma menina.

Haveria mais qualquer coisa dizer mas como é habitual o dom da retórica foge-se-me nestas alturas. Não é certamente um dos meus pontos mais fortes.

Finitus.