domingo, maio 1

1 de Maio

Tento encontrar um tema para este tópico e não me ocorre nada. Queria um tema especifico, directo, algo que começasse, se desenvolvesse e acabasse. Não consigo.
E no entanto, por debaixo da camada de preguiça parasita que me cobre sinto ainda alguma vontade de escrever. De martelar as teclas ininterruptamente, decididamente, ideias, pensamentos, frases, seguem-se umas ás outras num discurso que de paragrafo a paragrafo tem que ser relido para que não se perca de significado.
Tenho coisas que tenho que escrever mas não tenho coragens de as começar... antes não era tanto assim. Trocámos as cartas pelos sms, as cartas pelos e-mails, mas continuámos sempre a escrever. Trocámos a fala pelo messenger e continuámos a escrever!
Mas eu sinto que deixei de escrever como escrevia. A escrita do dia-a-dia é uma escrita falada, uma escrita a lápis, em cima do joelho.
Tenho saudades de quando escrevia só porque sim... porque achava engraçado, porque achava que tinha alguma histótia interessante para contar.

Hoje é dia da Mãe e dia do Trabalhador. A minha recebeu flores... o habitual.
Este é um daquels dias que me faz pensar no já tão badalado consumismo social.
Porquê?
Acho piada que os putos na ecsola possam passar uma semana entusiasmados com a ideia de fazerem uma prenda para a mamã. Acho engraçado que se entretenham nessa tarefa, com as pequenas mãozinhas a pintar, a colar, a partir as valiosas prendas que vão depois embrulhar ("Cuidado! ohh não!! Não chores, toma outro para a tua mamã")
Acho engraçado que as mãe os vão buscar á escola e que finjam não ver o embrulho que o filho leva desajeitadamente nas mãos atrás das costas e que quase cai quando tenta entrar no carro só com as pernas.
Fora isso, acho forçado.
Um beijo, uma flor colhida de socapa no jardim, um bilhete, um almoço, o que quer que seja, porque se quis, porque houve essa lembrança, porque sim.
Não porque é dia 1 de Maio, dia da Mãe!

Dia do Trabalhador.
Da infancia veêm-me as memórias das manifs das unidades sindicais. Fui a algumas em pequena e na altura achava engraçado. ("CGTP unidade Siondical") O melhor mesmo era o gelado que se comia no café depois disso e o voltar a casa no fim de um dia que não se entendia mas que era, para o bem ou para o mal, ligeiramente diferente.

1 de Maio. Domingo. Estive em casa. Tentei trabalhar. Apeteceu-me estar noutro local, a fazer outras coisas, a fazer um pouco de tudo e de nada. Passou, amanha é Segunda, 2 de Maio.

Ainda me apetece escrever...


Quem dá o que tem...

A minha casa tem várias portas, cada uma delas tem uma maçaneta. Essas maçanetas viram para os dois lados, esquerdo e direito, mas nunca para cima e para baixo. Para além das maçanetas, têm um buraco de fechadura onde, raramente, entram chaves. Existem diversos tipos de chaves. Para cada tipo, existe um modelo de fechadura. Curioso não? Curioso é o gato da vizinha que anda sempre em cima do canteiro a escarafunchar na terra e a tirar as flores do sítio. Se ele não tem cuidado, qualquer dia fode-se. Pior é quando decide fazer uma sesta em cima dos carros. Mais uma vez, se ele não tem cuidado, fode-se. É por isso que os donos costumam capar os gatos. É pra eles não andarem sempre a tentar foder-se. Os gatos que vivem mais não têm bolas. As bolas usam-se para jogar diversos desportos. Futebol, ténis, basebol, basquete, ping-pong, andebol, etc. Atenção. Não é com as bolas dos gatos que se jogam estes desportos. A minha televisão tem um botão. Esse botão serve para ligar e desligar a mesma. Podes ligar a televisão quando ela está desligada e podes desligar a televisão quando ela está ligada. Nunca podes ligar a televisão quando ela já está ligada, nem desligá-la quando já está desligada. É um botão que exerce duas funções. Ligar e desligar a televisão. O meu computador também tem um botão para ligar e desligar. Mas isso fica para outro dia. Gosto de ler livros do Tio Patinhas. Ele é rico, e avarento mas sempre divertido. Já o Patacôncio é um cabrão de primeira. O Donald é estúpido como uma porta. Como uma porta das que eu tenho cá em casa. Com uma maçaneta que vira para os dois lados, esquerdo e direito, mas nunca para cima e para baixo. Claro que também tem uma fechadura. Mas isso já são pormenores a mais. A sopa está pronta, mas ainda não tenho fome. O mundo é redondo, como a bola de um gato. O mundo não é a bola de um gato. Bola. Mundo. Gato. Voltando ao Tio Patinhas. Gostava de mergulhar nas moedas como ele faz. Deve ser fresquinho. Os ouvidos servem para ouvir. Temos dois ouvidos. O esquerdo e o direito. O yin e o yang. A nascente que se transforma num rio. O rio que desagua no mar. O mar que faz parte do oceano. Os oceanos cobrem a maior parte da superfície do mundo. O mundo não é a bola de um gato. A bola de um gato não tem oceanos. Á noite não há luz. O Gastão sempre foi um sortudo. É preciso sorte pra ter sorte. É um círculo vicioso. Se tivermos sorte, somos sortudos. Se tivermos azar, somos azarados. Se não tivermos nenhum dos dois, estamos mortos. Quando morrermos vamos deixar de nos mexer. Os dedos das mãos vai ficar imóveis. Quem diz das mãos, diz dos pés. Os ratos são deveras nojentos. As ratazanas ainda são mais. Têm o rabo comprido demais. E têm sempre um ar muito sujo. Ao escrever faço barulho com as teclas. Não oiço porque estou a ouvir música. Com os meus ouvidos está claro. Existem vários tipos de música. De que tipo de música é que o Tio Patinhas gostará? Já me lembro. Ele gosta do tilintar das moedas. A infância é quando somos crianças. Quando era criança era mais pequeno. Não anormalmente pequeno. Era normalmente pequeno. Como a maioria das crianças. Há palavras que são mesmo grandes. As palavras são formadas por letras. Com palavras formam-se frases. As letras são feitas de riscos com várias direcções. Com muitas frases temos um texto. Já li alguns textos. Não gostei de todos. Mas gostei de muitos. Muitos não são todos. Mas todos podem ser muitos. Ás vezes mordo a língua sem querer. Dói. Fica um gosto de sangue na boca. Sangue. Vermelho e denso. O meu computador tem um rato que não é nojento. O sangue pode ser nojento. Se for de outra pessoa é nojento. Faz impressão. Uma impressão má claro está. Está claro. Antigamente, todos os telemóveis tinham uma luz que piscava. Pisca pisca. É um pouco parecido com ping pong. Ping pong. Pisca pisca. Um é com uma bola, outro é com uma luz. Não é a mesma coisa. Todas as casas têm um telhado. Selva. Bemvindo á selva. As palmeiras dão cocos. As bananeiras dão bananas. Não sei tocar bateria. Não deve ser muito difícil. É só bater. Bater aqui. bater ali, bater acolá. Já o piano não. O piano toca-se. Toca-se aqui, toca-se ali, toca-se acolá. A chuva molha. A chuva é água, logo, molha. A chuva vem das nuvens sobrecarregadas de condensação. Agora não está a chover. Acho eu. A janela está fechada. Para abrir a minha janela, tenho de deslizá-la para a esquerda, ou direita. Depende do lado que eu quero abrir. Mesmo abrindo a janela, não ia conseguir ver se está a chover ou não. Tenho o estore fechado. Para abrir o estore é preciso puxar aquela fita que está do lado direito. Para abrir, puxa-se para baixo. Para fechar, deixa-se correr a fita para cima. O esferovite é um material engraçado. Para além de ser branco, é composto por inúmeras bolas. Bolas pequenas e brancas. O esferovite não é composto por bolas de gato. Se apanharmos chuva, ficamos encharcados. Nada melhor para nos secarmos do que uma lareira. Sigam-me. Uma pedra nos rins é inconveniente. Já não uso mochila à muito tempo. Já não tenho muitas coisas para carregar no seu interior. A relva é verde. O musgo também. São rápidas, velozes e baixas. Mas não anormalmente baixas. Normalmente. Uma tempestade num copo de água. Não é possível. O Dumbo sempre teve orelhas grandes. E tromba também. Há muitas plantas verdes. É carnaval e eu vou no primeiro carro do corso. As máscaras mascaram. Com uma máscara, somos mascarados. Passamos a vida mascarados. O Zorro usava uma máscara. Mas só lhe tapava os olhos. Rabo. Chega. Não. Só mais um bocadinho. Um bocadinho é menos que um bocado. Um bocado são vários bocadinhos.
A mais não é obrigado.

Non-sense. Sem sentido.

Coincidências



Eu sei escrever.



Tu sabes ler.