segunda-feira, maio 22

textos revisitados

Fui buscar o bloco de apontamentos porque precisava de lá fazer uns textos para o trabalho de História e na primeira página encontrei dois pequenos textos que escrevi num passado desconhecido. Não tenho qualquer lembrança de os ter escrito e li-os como se alguém os tivesse criado para mim.

Aqui ficam eles.

"Ás vezes penso que a vida não é mais que um filme mal realizado. Com falhas no argumento, personagens mal interpretadas, situações mal explicadas e sem continuidade, e tantas outras coisas...
Que tipo de pessoa serei eu? Ás vezes olho-me no espelho e parece que me estou a ver pela primeira vez, "Mas quem és tu?", "Sou eu?", é estranhíssimo.
Gosto de ouvir música, leva-me sempre para outros universos. Sítios onde sou herói, sou bem sucedido, onde morro, onde salvo uma vida...
Isto de escrever sobre a vida já está mais que gasto!
Estou sempre á espera de algo mais... Mas acho que não há mais nada...
Que desilusão..."


"Tic tac, tic tac. São 00:53, lá fora a chuva bate no chão de vidro acordando tudo e todos, inclusivé os morangos bolorentos do esgoto. Lá em cima uma nuvem cinzenta junta-se a outra nuvem cinzenta formando uma nuvem ainda mais cinzenta. Cansadas de tanto caminhar no caminho das estrelas, caminham um pouco mais e choram sobre nós. Os guarda chuvas de papel afiado abrem-se protegendo quem os segura pela mão. Molhados e fora de controle andam os grilos e os pirilampos. Os grilos cantam. Os pirilampos luzem. Plinc plinc. Deixei cair uma moeda na sargeta. O mundo girou sobre si próprio 3 vezes e mostrou-me um ananás e um grelo. Da sargeta saíram 10 moedas. Felicidade. Numa máquina de chocolates comprei uma couve de bruxelas. Falava francês mas percebia-se bem. Sabia a fel, vomitei nas cuecas. Zurzir."

Et voilá.

Uma viagem pelo subconsciente.

segunda-feira, maio 8

Intimum

Tenho mil ideias para comunicar mas nem eu as conheço todas. Tenho mil pensamentos que vão e vêm mas nem todos deixam marca na consciência. Tenho mil olhares para deitar por mil locais, situações, pessoas, mas não alcanço mais do que estas paredes de vidro.
Tenho mil vivências, mil experiências, mil memórias, mil histórias e quero mais. Muito mais.

segunda-feira, maio 1

Linhas


É estranho, e ao mesmo tempo maravilhoso, como podemos num só dia observar a vida de tantas dimensões diferentes.
São os vários ramos da nossa vida, separados, tendo como único ponto comum nós. O centro de onde todos partem. Mas não começam em nós... passam por nós e nós criamos mais uma estação nessa linha.
É estranho como podemos olhar para uma das linhas e vê-la resplandecer de sol e depois virar a cabeça e ver outra escondida nas trevas. Mas quando fazemos isto, e quando o sol ilumina a linha mais importante, acabamos por deixar que alguns raios toquem na outra linha... pondo tudo à proporção.