sexta-feira, agosto 25
sexta-feira, julho 28
As histórias da nossa pele
Costumam dizer que as rugas contam as histórias da nossa vida, encerram recordações e representam toda uma vivência passada.
Mas que grandessíssima treta! Quem disse isso não devia era ter dinheiro pra comprar um cremezito anti-rugas...
Porque raio é que havemos de atribuir uma ruga mais significado do que ela tem na realidade? Afinal não passa de um bocado de pele engelhada...
Se formos a pensar assim, uma pessoa que tenha uma vida muito preenchida e cheia de episódios, vai ser uma passa quando envelhecer!
"Vá meninos, toca a pegar nas 12 passas pra comermos assim que derem as badaladas do Ano Novo! João!! Larga a tua avó!!"
Isto tudo só pra dizer que as cicatrizes, essas sim representam histórias! Todas elas foram causadas por um episódio da nossa vida. O único problema é que geralmente representam episódios negativos mas hei, ninguém é perfeito.
Mesmo assim, há alguma que passado uns anos adquirem uma certa piada, depois de termos ultrapassado o trauma está claro!
Eu cá tenho 9 cicatrizes às quais associo histórias e recordações, algumas de infância, outras não.
Aqui começa a parte chata porque eu agora vou falar de cada uma delas individualmente, para os mais sensíveis aconselha-se a mudança de site.
Ora bem, começando por baixo:
1 - Cicatriz de 9 pontos com cerca de 5cm, situada ligeiramente acima do tornozelo na parte de dentro da perna esquerda.
Causa: Era de manhã, fim de semana. Estava sentado á beira da cama a beber o meu copinho de leite e a ver os desenhos animados, devia ter entre 10 a 13 anos prai. Acabei o leite, levantei-me para ir meter o copo á cozinha e assim que lá entrei, estupidamente, deixei-o cair. Cacos por todo o lado, estava descalço mas olhei para baixo (tinha calças de pijama vestidas) e não tinha nada. Maravilha! A minha mãe ficou a limpar e eu fui pra cama ver mais televisão. De repente, começo a sentir uma certa humidade na perna esquerda. Quando olho para baixo, tinha as calças cheias de sangue! Ai jesus! Levantei a calça e tinha um Sr. Corte que tinha, á vontade, uns 2cm de profundidade! O que é que eu faço, o que é eu faço?? Choro!!! "Mãe, tou a morrer", "Ai André, como é que fizeste isso? Vais ter que coser isso porque é muito fundo!"
O que é o que o André, racionalmente, pensa assim que a mãezinha fala em coser? "Meu Deus, vão me meter a perna numa panela de água a ferver!" Isto é verídico, eu pensei mesmo nisso... Não perguntem porquê...
Como se isto não fosse já traumatizante o suficiente, quando fui á clínica pra me coserem aquilo (com agulha e linha) tiveram que me dar uma anestesia primeiro. Posso-vos dizer sem reservas nenhumas que sentir aquela agulha gigante, entrar directamente no meio do corte, ali na carninha, foi a maior dor que alguma vez senti em toda a minha vida! Que foi devidamente acompanhada por um grito hercúleo que deverá ter assustado os mais sensíveis.
No meio disto tudo ainda temos o factor paranormal! Então, um bocado de vidro rasga-me a perna daquela maneira e a porcaria do pijamam saiu ileso! Nem um rasgãozito no tecido...
2 - Conjunto de 4 cicatrizes com cerca de 1cm cada uma, situada ligeiramente abaixo do gémeo da perna direita.
Causa: Eu desta não me lembro da envolvência em que aconteceu mas sei qual foi a causa. Tava a andar de bicicleta com o pessoal. Ia a começar dando uma pedalada forte, quando sem aviso nenhum, o pé escorrega do pedal. A perna desce descontrolada e em grande velocidade e, naturalmente, só parou quando tinha os dentes da cremalheira (aquela roda dentada grande onde estão os pedais) enterrados na carne. Não foi nada de mais, sangrou e tal mas paciência.
3 - Cicatriz circular com cerca de 4mm de diâmetro, situada no meio da tíbia da perna esquerda.
Causa: Távamos a jogar ao pião, e a certa altura daquele jogo é preciso chutar o pião para longe. Acho que o resto é óbvio, alguém chutou o pião na minha direcção e este, caprichosamente, na sua trajectória de vôo apontou-se de bico para mim. Pimba! Bico espetado na perna! Juro que por breves instantes ainda vi o pião parado, ali perpendicular e sustentado pelo meu osso. Doeu é certo. Sim, via-se osso. Mas nem sangrou muito e 15m mais tarde já tava a jogar outra vez.
4 e 5 - Cicatriz no joelho direito (com cerca de 2cm) e no cotovelo do braço esquerdo (com cerca de 2,5cm).
Causa: Mais uma queda de bicicleta! Hesitação. Curva demasiado apertada e feita demasiado tarde. Roda da frente da bicicleta deslizou. André a varrer o chão de gravilha e terra. Sangue, sangue, dor e vamos pra casa que já não consigo pedalar. Bons tempos aqueles em que iamos para os jardins e matos fantásticos do Seminário jogar á apanhada de bicicleta.
6 - Cicatriz de 4cm na virilha da direita.
Causa: Devido a um problema que causou outras duas cicatrizes que vêm já a seguir, quando era bébé (cerca de um ano de idade) chorava e esperneava muito e isso causou-me um hérnia inguinal. Operação, cicatriz.
7 e 8 - Cicatriz de 4,5 cm (na horizontal, um pouco acima do umbigo) e outra no peito, na vertical, com 18cm (ya, é grande, mas muito discreta)
Causa: Nasci com um sopro sistólico que, muito resumidamente, era uma espécie de veia entupida que não estava a distribuir sangue para o coração. Isto provocou-me (ainda hoje tenho mas não é relevante nem limitador) uma insuficiência na válvula pulmonar. A válvula pulmonar é a válvula que separa o ventrículo direito cardíaco do Tronco da artéria pulmonar. Encontra -se aberta na sístole cardíaca, permitindo a passagem do sangue do ventrículo para a circulação pulmonar. Quando ocorre o relaxamento do ventrículo, na diástole cardíaca, esta válvula fecha-se, impedindo o refluxo do sangue (a minha não impede totalmente).
Então, aos 9 meses de idade fui operado ao coração. É daquelas operações que na altura era preciso usar o afastador de costelas para ficar ali, todo á mostra. Hoje em dia, é uma incisão minúscula, onde entra uma espécie de tubo com câmara na ponta que vai lá dentro e faz o trabalho todo. Também na altura era uma operação bastante perigosa por causa da anestesia geral e do recobro (foram operados 10 bébés na mesma altura que eu lá no Hospital de Santa Marta e só eu e mais outro é que acordámos da anestesia.). Hoje em dia entras no hospital num dia e no outro a seguir já vais para casa. As maravilhas da evolução da medicina.
A outra cicatriz associada a esta fase da minha vida (a que está na horizontal) era por onde eles metiam um tubo qualquer para fazer não sei o quê durante a operação. Por causa desta brincadeira tenho que ir ao Hospital todos os anos fazer exames (ECG, ECC, provas de esforço, etc).
9 - Cicatriz de 3,5 cm na nádega direita.
Causa: Bem, deixei um pedacinho de mim no Festival do Sudoeste do ano passado. Tava agachado á entrada da tenda a tirar umas cenas, quando me levantei, inadvertidamente, raspei com o rabo num galho contundente duma árvore que lá estava. Ficou lá um bocado do meu cu! Não foi nada fixe! Sangrou muito e doeu! Ainda por cima fiquei com uma cicatriz grande e gorda e feia!
Tenho mais algumas cicatrizes e queimaduras mas nada de relevante.
Agora digam-me lá, que rugas é que conseguiriam contar tanta coisa?
Mas que grandessíssima treta! Quem disse isso não devia era ter dinheiro pra comprar um cremezito anti-rugas...
Porque raio é que havemos de atribuir uma ruga mais significado do que ela tem na realidade? Afinal não passa de um bocado de pele engelhada...
Se formos a pensar assim, uma pessoa que tenha uma vida muito preenchida e cheia de episódios, vai ser uma passa quando envelhecer!
"Vá meninos, toca a pegar nas 12 passas pra comermos assim que derem as badaladas do Ano Novo! João!! Larga a tua avó!!"
Isto tudo só pra dizer que as cicatrizes, essas sim representam histórias! Todas elas foram causadas por um episódio da nossa vida. O único problema é que geralmente representam episódios negativos mas hei, ninguém é perfeito.
Mesmo assim, há alguma que passado uns anos adquirem uma certa piada, depois de termos ultrapassado o trauma está claro!
Eu cá tenho 9 cicatrizes às quais associo histórias e recordações, algumas de infância, outras não.
Aqui começa a parte chata porque eu agora vou falar de cada uma delas individualmente, para os mais sensíveis aconselha-se a mudança de site.
Ora bem, começando por baixo:
1 - Cicatriz de 9 pontos com cerca de 5cm, situada ligeiramente acima do tornozelo na parte de dentro da perna esquerda.
Causa: Era de manhã, fim de semana. Estava sentado á beira da cama a beber o meu copinho de leite e a ver os desenhos animados, devia ter entre 10 a 13 anos prai. Acabei o leite, levantei-me para ir meter o copo á cozinha e assim que lá entrei, estupidamente, deixei-o cair. Cacos por todo o lado, estava descalço mas olhei para baixo (tinha calças de pijama vestidas) e não tinha nada. Maravilha! A minha mãe ficou a limpar e eu fui pra cama ver mais televisão. De repente, começo a sentir uma certa humidade na perna esquerda. Quando olho para baixo, tinha as calças cheias de sangue! Ai jesus! Levantei a calça e tinha um Sr. Corte que tinha, á vontade, uns 2cm de profundidade! O que é que eu faço, o que é eu faço?? Choro!!! "Mãe, tou a morrer", "Ai André, como é que fizeste isso? Vais ter que coser isso porque é muito fundo!"
O que é o que o André, racionalmente, pensa assim que a mãezinha fala em coser? "Meu Deus, vão me meter a perna numa panela de água a ferver!" Isto é verídico, eu pensei mesmo nisso... Não perguntem porquê...
Como se isto não fosse já traumatizante o suficiente, quando fui á clínica pra me coserem aquilo (com agulha e linha) tiveram que me dar uma anestesia primeiro. Posso-vos dizer sem reservas nenhumas que sentir aquela agulha gigante, entrar directamente no meio do corte, ali na carninha, foi a maior dor que alguma vez senti em toda a minha vida! Que foi devidamente acompanhada por um grito hercúleo que deverá ter assustado os mais sensíveis.
No meio disto tudo ainda temos o factor paranormal! Então, um bocado de vidro rasga-me a perna daquela maneira e a porcaria do pijamam saiu ileso! Nem um rasgãozito no tecido...
2 - Conjunto de 4 cicatrizes com cerca de 1cm cada uma, situada ligeiramente abaixo do gémeo da perna direita.
Causa: Eu desta não me lembro da envolvência em que aconteceu mas sei qual foi a causa. Tava a andar de bicicleta com o pessoal. Ia a começar dando uma pedalada forte, quando sem aviso nenhum, o pé escorrega do pedal. A perna desce descontrolada e em grande velocidade e, naturalmente, só parou quando tinha os dentes da cremalheira (aquela roda dentada grande onde estão os pedais) enterrados na carne. Não foi nada de mais, sangrou e tal mas paciência.
3 - Cicatriz circular com cerca de 4mm de diâmetro, situada no meio da tíbia da perna esquerda.
Causa: Távamos a jogar ao pião, e a certa altura daquele jogo é preciso chutar o pião para longe. Acho que o resto é óbvio, alguém chutou o pião na minha direcção e este, caprichosamente, na sua trajectória de vôo apontou-se de bico para mim. Pimba! Bico espetado na perna! Juro que por breves instantes ainda vi o pião parado, ali perpendicular e sustentado pelo meu osso. Doeu é certo. Sim, via-se osso. Mas nem sangrou muito e 15m mais tarde já tava a jogar outra vez.
4 e 5 - Cicatriz no joelho direito (com cerca de 2cm) e no cotovelo do braço esquerdo (com cerca de 2,5cm).
Causa: Mais uma queda de bicicleta! Hesitação. Curva demasiado apertada e feita demasiado tarde. Roda da frente da bicicleta deslizou. André a varrer o chão de gravilha e terra. Sangue, sangue, dor e vamos pra casa que já não consigo pedalar. Bons tempos aqueles em que iamos para os jardins e matos fantásticos do Seminário jogar á apanhada de bicicleta.
6 - Cicatriz de 4cm na virilha da direita.
Causa: Devido a um problema que causou outras duas cicatrizes que vêm já a seguir, quando era bébé (cerca de um ano de idade) chorava e esperneava muito e isso causou-me um hérnia inguinal. Operação, cicatriz.
7 e 8 - Cicatriz de 4,5 cm (na horizontal, um pouco acima do umbigo) e outra no peito, na vertical, com 18cm (ya, é grande, mas muito discreta)
Causa: Nasci com um sopro sistólico que, muito resumidamente, era uma espécie de veia entupida que não estava a distribuir sangue para o coração. Isto provocou-me (ainda hoje tenho mas não é relevante nem limitador) uma insuficiência na válvula pulmonar. A válvula pulmonar é a válvula que separa o ventrículo direito cardíaco do Tronco da artéria pulmonar. Encontra -se aberta na sístole cardíaca, permitindo a passagem do sangue do ventrículo para a circulação pulmonar. Quando ocorre o relaxamento do ventrículo, na diástole cardíaca, esta válvula fecha-se, impedindo o refluxo do sangue (a minha não impede totalmente).
Então, aos 9 meses de idade fui operado ao coração. É daquelas operações que na altura era preciso usar o afastador de costelas para ficar ali, todo á mostra. Hoje em dia, é uma incisão minúscula, onde entra uma espécie de tubo com câmara na ponta que vai lá dentro e faz o trabalho todo. Também na altura era uma operação bastante perigosa por causa da anestesia geral e do recobro (foram operados 10 bébés na mesma altura que eu lá no Hospital de Santa Marta e só eu e mais outro é que acordámos da anestesia.). Hoje em dia entras no hospital num dia e no outro a seguir já vais para casa. As maravilhas da evolução da medicina.
A outra cicatriz associada a esta fase da minha vida (a que está na horizontal) era por onde eles metiam um tubo qualquer para fazer não sei o quê durante a operação. Por causa desta brincadeira tenho que ir ao Hospital todos os anos fazer exames (ECG, ECC, provas de esforço, etc).
9 - Cicatriz de 3,5 cm na nádega direita.
Causa: Bem, deixei um pedacinho de mim no Festival do Sudoeste do ano passado. Tava agachado á entrada da tenda a tirar umas cenas, quando me levantei, inadvertidamente, raspei com o rabo num galho contundente duma árvore que lá estava. Ficou lá um bocado do meu cu! Não foi nada fixe! Sangrou muito e doeu! Ainda por cima fiquei com uma cicatriz grande e gorda e feia!
Tenho mais algumas cicatrizes e queimaduras mas nada de relevante.
Agora digam-me lá, que rugas é que conseguiriam contar tanta coisa?
domingo, julho 9
Quase...
Queria contar-vos a história do gato... mas estou com preguiça e falta de tempo.
Talvez amanhã.
Talvez amanhã.
segunda-feira, julho 3
quinta-feira, junho 15
Feriado
Hipopotamos trombudos de cesto de bananas ao peito
Descalços e festudos saltam e atravessam o leito
Girassóis amarelos de asas bem esticadas
Caem agora e sempre nas malgas bem lavadas
Idiotice pegada é o que isto é
Se me queres calar manda daí o teu pé
E prontos.
É feriado.
Descalços e festudos saltam e atravessam o leito
Girassóis amarelos de asas bem esticadas
Caem agora e sempre nas malgas bem lavadas
Idiotice pegada é o que isto é
Se me queres calar manda daí o teu pé
E prontos.
É feriado.
segunda-feira, junho 5
lá lá lá
Eu sei que isto de meter letras de músicas no blog ou no hi5 é bué "á lá pita".
Mas ultimamente tenho ouvido bastante esta música e o refrão agrada-me bastante por isso queria só partilhá-lo.
"Young man control in your hand
Slam your fist on the table
And make your demand
Take a stand
Fan a fire for the flame of the youth
Got the freedom to choose
You better make the right move
Young man, the power's in your hand
Slam your fist on the table and make your demand
You better make the right move
Youth is the engine of the world"
Eu sei que a mensagem não é daquelas dramáticas e muito
complexas a que nos habituaram grandes nomes como Cristina Aguilera
ou Briytney Spears mas ainda assim achei-a relevante.
É simples mas ainda assim importante.
Já agora o refrão é tirado da música Youth do recém chegado Matisyahu.
Reggae-Rap-Judeu.
Mas ultimamente tenho ouvido bastante esta música e o refrão agrada-me bastante por isso queria só partilhá-lo.
"Young man control in your hand
Slam your fist on the table
And make your demand
Take a stand
Fan a fire for the flame of the youth
Got the freedom to choose
You better make the right move
Young man, the power's in your hand
Slam your fist on the table and make your demand
You better make the right move
Youth is the engine of the world"
Eu sei que a mensagem não é daquelas dramáticas e muito
complexas a que nos habituaram grandes nomes como Cristina Aguilera
ou Briytney Spears mas ainda assim achei-a relevante.
É simples mas ainda assim importante.
Já agora o refrão é tirado da música Youth do recém chegado Matisyahu.
Reggae-Rap-Judeu.
segunda-feira, maio 22
textos revisitados
Fui buscar o bloco de apontamentos porque precisava de lá fazer uns textos para o trabalho de História e na primeira página encontrei dois pequenos textos que escrevi num passado desconhecido. Não tenho qualquer lembrança de os ter escrito e li-os como se alguém os tivesse criado para mim.
Aqui ficam eles.
"Ás vezes penso que a vida não é mais que um filme mal realizado. Com falhas no argumento, personagens mal interpretadas, situações mal explicadas e sem continuidade, e tantas outras coisas...
Que tipo de pessoa serei eu? Ás vezes olho-me no espelho e parece que me estou a ver pela primeira vez, "Mas quem és tu?", "Sou eu?", é estranhíssimo.
Gosto de ouvir música, leva-me sempre para outros universos. Sítios onde sou herói, sou bem sucedido, onde morro, onde salvo uma vida...
Isto de escrever sobre a vida já está mais que gasto!
Estou sempre á espera de algo mais... Mas acho que não há mais nada...
Que desilusão..."
"Tic tac, tic tac. São 00:53, lá fora a chuva bate no chão de vidro acordando tudo e todos, inclusivé os morangos bolorentos do esgoto. Lá em cima uma nuvem cinzenta junta-se a outra nuvem cinzenta formando uma nuvem ainda mais cinzenta. Cansadas de tanto caminhar no caminho das estrelas, caminham um pouco mais e choram sobre nós. Os guarda chuvas de papel afiado abrem-se protegendo quem os segura pela mão. Molhados e fora de controle andam os grilos e os pirilampos. Os grilos cantam. Os pirilampos luzem. Plinc plinc. Deixei cair uma moeda na sargeta. O mundo girou sobre si próprio 3 vezes e mostrou-me um ananás e um grelo. Da sargeta saíram 10 moedas. Felicidade. Numa máquina de chocolates comprei uma couve de bruxelas. Falava francês mas percebia-se bem. Sabia a fel, vomitei nas cuecas. Zurzir."
Et voilá.
Uma viagem pelo subconsciente.
Aqui ficam eles.
"Ás vezes penso que a vida não é mais que um filme mal realizado. Com falhas no argumento, personagens mal interpretadas, situações mal explicadas e sem continuidade, e tantas outras coisas...
Que tipo de pessoa serei eu? Ás vezes olho-me no espelho e parece que me estou a ver pela primeira vez, "Mas quem és tu?", "Sou eu?", é estranhíssimo.
Gosto de ouvir música, leva-me sempre para outros universos. Sítios onde sou herói, sou bem sucedido, onde morro, onde salvo uma vida...
Isto de escrever sobre a vida já está mais que gasto!
Estou sempre á espera de algo mais... Mas acho que não há mais nada...
Que desilusão..."
"Tic tac, tic tac. São 00:53, lá fora a chuva bate no chão de vidro acordando tudo e todos, inclusivé os morangos bolorentos do esgoto. Lá em cima uma nuvem cinzenta junta-se a outra nuvem cinzenta formando uma nuvem ainda mais cinzenta. Cansadas de tanto caminhar no caminho das estrelas, caminham um pouco mais e choram sobre nós. Os guarda chuvas de papel afiado abrem-se protegendo quem os segura pela mão. Molhados e fora de controle andam os grilos e os pirilampos. Os grilos cantam. Os pirilampos luzem. Plinc plinc. Deixei cair uma moeda na sargeta. O mundo girou sobre si próprio 3 vezes e mostrou-me um ananás e um grelo. Da sargeta saíram 10 moedas. Felicidade. Numa máquina de chocolates comprei uma couve de bruxelas. Falava francês mas percebia-se bem. Sabia a fel, vomitei nas cuecas. Zurzir."
Et voilá.
Uma viagem pelo subconsciente.
segunda-feira, maio 8
Intimum
Tenho mil ideias para comunicar mas nem eu as conheço todas. Tenho mil pensamentos que vão e vêm mas nem todos deixam marca na consciência. Tenho mil olhares para deitar por mil locais, situações, pessoas, mas não alcanço mais do que estas paredes de vidro.
Tenho mil vivências, mil experiências, mil memórias, mil histórias e quero mais. Muito mais.
Tenho mil vivências, mil experiências, mil memórias, mil histórias e quero mais. Muito mais.
segunda-feira, maio 1
Linhas
É estranho, e ao mesmo tempo maravilhoso, como podemos num só dia observar a vida de tantas dimensões diferentes.
São os vários ramos da nossa vida, separados, tendo como único ponto comum nós. O centro de onde todos partem. Mas não começam em nós... passam por nós e nós criamos mais uma estação nessa linha.
É estranho como podemos olhar para uma das linhas e vê-la resplandecer de sol e depois virar a cabeça e ver outra escondida nas trevas. Mas quando fazemos isto, e quando o sol ilumina a linha mais importante, acabamos por deixar que alguns raios toquem na outra linha... pondo tudo à proporção.
quarta-feira, abril 26
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