segunda-feira, dezembro 19

slash


E sem razão aparente, a faca deslizou para dentro do seu ventre perfurando as camadas de pele, uma de cada vez, lentamente... Não doía, era apenas uma sensação estranha, aquela que lhe iria tirar a vida dentro de algumas horas.
Um arrepio na barriga, uma sensação húmida, um banho de sangue, a morte.
xiu, já passou...

Novo look!

Agora durante uns tempos vamos testar este novo look!
É um bocadinho mais alegre!
Batatas fritas com iogurte, venham elas!

sexta-feira, dezembro 9

Há dias assim.jpg

Há dias que correm bem, há outros que correm mal.
Este este ali no intermédio.
É verdade que estive 8 horas a trabalhar e que pouco se adiantou. É verdade que stressei com praticamente todos os programas que há!
É verdade que passei o feriado todo sentada frente ao computador quando lá fora até estava um dia jeitosos e só me apetecia passear.
Mas é verdade também que o dia, apesar de pouco produtivo, até se passou bem. Em boa companhia, com diversão, frustação e saxofones cantados à mistura.
No fim do dia sinto-me satisfeita.
O trabalho que não aconteceu durante o dia está feito. Era simples afinal, a nabiçe é (quase!) sempre nossa (e sempre do Photoshop! lol)
Agora estou cansada, doem-me os olhos, tenho sono, mas não me quero ir deitar.
Queria ler, ver um filme, estar contigo, ter uma boa conversa...
Há dias que correm bem, há outros que correm mal. Este até foi porreiro e pelos visto pequeno ;)

Ps. Senti saudades de uma certa Erásmica. Onde andas amiga? ;)


segunda-feira, dezembro 5

bah

Segunda-feira, semana nova.
Não podia ter começado pior.
O dia, para variar, foi pouco produtivo. Exceptuando a reunião do Type, onde até se avançou alguma coisa, tudo o resto foi passado a ver o tempo passar. Passe a expressão.
Epá, irrita ficar 3 horas à espera de um computador livre e depois descobrir que não conseguimos fazer o que precisamos porque alguém no mundo se lembrou de inventar sistemas operativos diferentes "E" incompativeis!
Ainda se fossem só diferentes uma pessoa aguentava... agora incompativeis, vão levar num sitio que eu cá sei!

O resto dos problemas que carinhosamente me seguem ultimamente também cá estiveram para desejar uma boa semana. A esses sei eu bem o que que lhe enfiava num sitio que todos nós sabemos!

E pronto, foi menos um dia, mais um dia. Amanhã é começar de novo.
E o Natal continua a aproximar-se a toda a velocidade.
Acho que sou cada vez mais incompativel com o Natal...

domingo, dezembro 4

Olhó passarinho!


















Este é o meu novo companheiro:


DIAMANTE-MANDARIM
(Poephila Guttata)

Origem
: Austrália


Tamanho
: 9-10cm (standard 13-14cm)

Cor: Cor selvagem cinzento. Macho com flancos castanhos com pontos brancos e manchas laranja na cara. Fêmea sem as marcações do macho.

Postura: 4 a 10 ovos brancos em qualquer tipo de ninho durante todo o ano.

Incubação: 12-13 dias

Saida do ninho: 15-20 dias, 1ª muda com um mês de idade.

Reprodução: Muito fácil.

Anilhas: 2,50mm ou maiores até 2,80mm, dependendo do porte das aves, colocadas entre o 8-10 dias.

Comportamento: Sociável mas pode intmidar aves mais pequenas. tem tendência a monopolizar os ninhos existentes no viveiro.

Domingo

Há dias que passam por nós como névoas indistintas de sons e movimentos que parecem não nos pertencer. Ou somos nós que passamos por eles, como que invasores de uma realidade alternativa e estranha, de um micro-universo alternativo que nos deixa estar no nosso canto mas que não nos envolve.
Há dias assim. Normalmente são domingos. Hoje foi um deles.


sábado, dezembro 3

O Mundo Animal

Hoje toquei em duas coisas que não gosto:




Nestas não toquei mas gostei das cores:

quarta-feira, novembro 30

Fuerzabruta!


Hoje foi dia de espéctaculo. Hoje foi dia de Fuerzabruta!
A primeira coisa que posso dizer é que é diferente do que tudo o que já tinha visto. (uma vez que a minha carteira em termos de espéctaculos não é muito grande, pronto, vale o que vale :p)

Fuerzabruta é realmente um espéctaculo, onde as barreiras da interpretação e do movimento são quebradas sem pudores.

A Fuerza é a das imagens, da cor e do movimento e ainda do som. Sempre a acompanhar a acção e a fazer parte dela.
Brutal é talvez toda a estrutura por detrás de um espectaculo daqueles. É realmente a máquina ao serviço do homem e , neste caso, da arte.
Resumindo, gostei bastante da experiência (é mais que tudo uma experiência que procura mexer directamente com o público que faz também ele parte do cenário)!


Vale a pena ir ver ;)

www.fuerzabruta.net

sábado, novembro 26

Nepenthes Alata



Estava a passar no Aki quando reparei na secção de plantas.
Esta veio comigo para casa :)
É bonita não é?
Para quem não sabe é uma planta carnívora, o nome é o que está no cartão.
É originária das zonas de Madagáscar ou Nova Caledónia. É por isso uma planta de clima tropical húmido, e que se encontra em regiões montanhosas de alta altitude (800-1000m)
Pode chegar a atingir os 4 metros de comprimento!
Espero conseguir mante-la até que pelo menos fique como na última imagem! ;)



quarta-feira, novembro 23

Nezembro

Já é um cliché e até já irrita ouvir dizer, mas realmente o tempo passa.
Já estamos em Novembro, a caminho de Dezembro.
Faz frio, chove de vez em quando, já tenho lençóis de flanela.

Estou com sono e não quero acordar amanhã ás 8:45. Também não me quero ir deitar.
Espero ao menos ter bons sonhos...


terça-feira, novembro 1

1 de Novembro





Ontem foi dia de concerto.
"Antony and the Johnsons" no Coliseu dos Recreios.
A seguir, uma festa de halloween na FCSH. O contraste entre amba as experiências não podia ser maior. Bom. Mau


Passou mais um Halloween e mais uma vez quase nem dei por isso. Nunca foi uma festa a que tenha dado importância e raramente me lembro dela.
Ultimamente tem sido assim com quase todas. Esta simplesmente não tem sido, sempre foi.
E foi mais uma.

O Feriado soube a muito... muita falta de imaginação, de criatividade, de vontade, de vida...
Apetecia-me perder-me em terras de ninguém.
Ter a noite e o silêncio por companhia. E a ti. Sempre.

Para hoje 2 sugestões:

Música: The Love Song - k-os (um bom ritmo, uma boa batida, uma música simples mas que é agradável de ouvir)

Site: www.couchsurfing.com (uma ideia inovadora. E se pudessemos viajar de sofá em sofá pelo mundo fora? Curiosos? basta um click! eu fiquei adepta ;) )


sábado, outubro 22

Escreve no blog

Pedem-me que escreva no blog...
Em resposta à minha afirmação de ausência de tema, dizem-me que escreva qualquer coisa... mas que escreva.
E então eu escrevo.
Sobre o que vou escrever não sei. Talvez surja algo a tempo de salvar este tópico do grupo dos destinados a satisfazer actualizações vazias.
Enfim...

A ideia de ter um blog não foi minha mas achei uma boa ideia. Na altura estava muito em alta e pareceu-me que podia ser interessante ter um sitio onde pudesse partilhar algumas coisas, contar histórias, fazer rir, pensar, ter reacções ao que escrevia.
No entanto nunca consegui encontrar a postura certa para o blog.
Há coisas que ás vezes me apetece escrever mas que não têm lugar aqui... outras simplesmente nunca aparecem e, se pudesse ter um blog de coisas por dizer, teria muito com que o "encher".

Este não foi salvo, talvez o próximo seja.

sábado, outubro 15



Quero ter uma lesma de estimação!


domingo, outubro 9

ping ping ping



Está na altura de me dedicar mais às fatias! Disse eu, enquanto o padeiro cortava eróticamente o cacete em fatias. O sangue que dele escorria, pingava frenéticamente no azulejo vidrado do chão estéril da cozinha do restaurante. Enquanto isso, lá fora, o néon reluzia e piscava como quem espera a morte a qualquer momento. Lá dentro, no ventre daquela casa de farinha, o calor era extremo, quase queimava os pulmões de cada vez que se inspirava. A massa branca e mole transformava-se mágicamente no pão nosso de cada dia. O padeiro, cansado da sua vida infeliz, farto de passar a vida a cortar pão, apunhalou-se. O som abafado da lâmina afiada a rasgar as camadas de pele do seu peito foi audível no outro lado da rua. O sangue jorrou como uma fonte pública, jorrou sem que ninguém se importasse, como se todos os dias jorrasse sem apelo nem agravo. Já não conseguia respirar... A perspectiva de morrer afogado no seu próprio sangue dava-lhe uma certa satisfação. A satisfação de morrer por si e apenas consigo, sozinho... Sem que ninguém olhasse, sem que ninguém se importasse, como uma mosca que cai na sopa e morre afogada imperceptívelmente. Adeus mosca. Adeus padeiro. Da tua mão nunca mais sairá pão.

segunda-feira, setembro 5

Força nisso!







Estamos contigo miúda! ;)

domingo, maio 1

1 de Maio

Tento encontrar um tema para este tópico e não me ocorre nada. Queria um tema especifico, directo, algo que começasse, se desenvolvesse e acabasse. Não consigo.
E no entanto, por debaixo da camada de preguiça parasita que me cobre sinto ainda alguma vontade de escrever. De martelar as teclas ininterruptamente, decididamente, ideias, pensamentos, frases, seguem-se umas ás outras num discurso que de paragrafo a paragrafo tem que ser relido para que não se perca de significado.
Tenho coisas que tenho que escrever mas não tenho coragens de as começar... antes não era tanto assim. Trocámos as cartas pelos sms, as cartas pelos e-mails, mas continuámos sempre a escrever. Trocámos a fala pelo messenger e continuámos a escrever!
Mas eu sinto que deixei de escrever como escrevia. A escrita do dia-a-dia é uma escrita falada, uma escrita a lápis, em cima do joelho.
Tenho saudades de quando escrevia só porque sim... porque achava engraçado, porque achava que tinha alguma histótia interessante para contar.

Hoje é dia da Mãe e dia do Trabalhador. A minha recebeu flores... o habitual.
Este é um daquels dias que me faz pensar no já tão badalado consumismo social.
Porquê?
Acho piada que os putos na ecsola possam passar uma semana entusiasmados com a ideia de fazerem uma prenda para a mamã. Acho engraçado que se entretenham nessa tarefa, com as pequenas mãozinhas a pintar, a colar, a partir as valiosas prendas que vão depois embrulhar ("Cuidado! ohh não!! Não chores, toma outro para a tua mamã")
Acho engraçado que as mãe os vão buscar á escola e que finjam não ver o embrulho que o filho leva desajeitadamente nas mãos atrás das costas e que quase cai quando tenta entrar no carro só com as pernas.
Fora isso, acho forçado.
Um beijo, uma flor colhida de socapa no jardim, um bilhete, um almoço, o que quer que seja, porque se quis, porque houve essa lembrança, porque sim.
Não porque é dia 1 de Maio, dia da Mãe!

Dia do Trabalhador.
Da infancia veêm-me as memórias das manifs das unidades sindicais. Fui a algumas em pequena e na altura achava engraçado. ("CGTP unidade Siondical") O melhor mesmo era o gelado que se comia no café depois disso e o voltar a casa no fim de um dia que não se entendia mas que era, para o bem ou para o mal, ligeiramente diferente.

1 de Maio. Domingo. Estive em casa. Tentei trabalhar. Apeteceu-me estar noutro local, a fazer outras coisas, a fazer um pouco de tudo e de nada. Passou, amanha é Segunda, 2 de Maio.

Ainda me apetece escrever...


Quem dá o que tem...

A minha casa tem várias portas, cada uma delas tem uma maçaneta. Essas maçanetas viram para os dois lados, esquerdo e direito, mas nunca para cima e para baixo. Para além das maçanetas, têm um buraco de fechadura onde, raramente, entram chaves. Existem diversos tipos de chaves. Para cada tipo, existe um modelo de fechadura. Curioso não? Curioso é o gato da vizinha que anda sempre em cima do canteiro a escarafunchar na terra e a tirar as flores do sítio. Se ele não tem cuidado, qualquer dia fode-se. Pior é quando decide fazer uma sesta em cima dos carros. Mais uma vez, se ele não tem cuidado, fode-se. É por isso que os donos costumam capar os gatos. É pra eles não andarem sempre a tentar foder-se. Os gatos que vivem mais não têm bolas. As bolas usam-se para jogar diversos desportos. Futebol, ténis, basebol, basquete, ping-pong, andebol, etc. Atenção. Não é com as bolas dos gatos que se jogam estes desportos. A minha televisão tem um botão. Esse botão serve para ligar e desligar a mesma. Podes ligar a televisão quando ela está desligada e podes desligar a televisão quando ela está ligada. Nunca podes ligar a televisão quando ela já está ligada, nem desligá-la quando já está desligada. É um botão que exerce duas funções. Ligar e desligar a televisão. O meu computador também tem um botão para ligar e desligar. Mas isso fica para outro dia. Gosto de ler livros do Tio Patinhas. Ele é rico, e avarento mas sempre divertido. Já o Patacôncio é um cabrão de primeira. O Donald é estúpido como uma porta. Como uma porta das que eu tenho cá em casa. Com uma maçaneta que vira para os dois lados, esquerdo e direito, mas nunca para cima e para baixo. Claro que também tem uma fechadura. Mas isso já são pormenores a mais. A sopa está pronta, mas ainda não tenho fome. O mundo é redondo, como a bola de um gato. O mundo não é a bola de um gato. Bola. Mundo. Gato. Voltando ao Tio Patinhas. Gostava de mergulhar nas moedas como ele faz. Deve ser fresquinho. Os ouvidos servem para ouvir. Temos dois ouvidos. O esquerdo e o direito. O yin e o yang. A nascente que se transforma num rio. O rio que desagua no mar. O mar que faz parte do oceano. Os oceanos cobrem a maior parte da superfície do mundo. O mundo não é a bola de um gato. A bola de um gato não tem oceanos. Á noite não há luz. O Gastão sempre foi um sortudo. É preciso sorte pra ter sorte. É um círculo vicioso. Se tivermos sorte, somos sortudos. Se tivermos azar, somos azarados. Se não tivermos nenhum dos dois, estamos mortos. Quando morrermos vamos deixar de nos mexer. Os dedos das mãos vai ficar imóveis. Quem diz das mãos, diz dos pés. Os ratos são deveras nojentos. As ratazanas ainda são mais. Têm o rabo comprido demais. E têm sempre um ar muito sujo. Ao escrever faço barulho com as teclas. Não oiço porque estou a ouvir música. Com os meus ouvidos está claro. Existem vários tipos de música. De que tipo de música é que o Tio Patinhas gostará? Já me lembro. Ele gosta do tilintar das moedas. A infância é quando somos crianças. Quando era criança era mais pequeno. Não anormalmente pequeno. Era normalmente pequeno. Como a maioria das crianças. Há palavras que são mesmo grandes. As palavras são formadas por letras. Com palavras formam-se frases. As letras são feitas de riscos com várias direcções. Com muitas frases temos um texto. Já li alguns textos. Não gostei de todos. Mas gostei de muitos. Muitos não são todos. Mas todos podem ser muitos. Ás vezes mordo a língua sem querer. Dói. Fica um gosto de sangue na boca. Sangue. Vermelho e denso. O meu computador tem um rato que não é nojento. O sangue pode ser nojento. Se for de outra pessoa é nojento. Faz impressão. Uma impressão má claro está. Está claro. Antigamente, todos os telemóveis tinham uma luz que piscava. Pisca pisca. É um pouco parecido com ping pong. Ping pong. Pisca pisca. Um é com uma bola, outro é com uma luz. Não é a mesma coisa. Todas as casas têm um telhado. Selva. Bemvindo á selva. As palmeiras dão cocos. As bananeiras dão bananas. Não sei tocar bateria. Não deve ser muito difícil. É só bater. Bater aqui. bater ali, bater acolá. Já o piano não. O piano toca-se. Toca-se aqui, toca-se ali, toca-se acolá. A chuva molha. A chuva é água, logo, molha. A chuva vem das nuvens sobrecarregadas de condensação. Agora não está a chover. Acho eu. A janela está fechada. Para abrir a minha janela, tenho de deslizá-la para a esquerda, ou direita. Depende do lado que eu quero abrir. Mesmo abrindo a janela, não ia conseguir ver se está a chover ou não. Tenho o estore fechado. Para abrir o estore é preciso puxar aquela fita que está do lado direito. Para abrir, puxa-se para baixo. Para fechar, deixa-se correr a fita para cima. O esferovite é um material engraçado. Para além de ser branco, é composto por inúmeras bolas. Bolas pequenas e brancas. O esferovite não é composto por bolas de gato. Se apanharmos chuva, ficamos encharcados. Nada melhor para nos secarmos do que uma lareira. Sigam-me. Uma pedra nos rins é inconveniente. Já não uso mochila à muito tempo. Já não tenho muitas coisas para carregar no seu interior. A relva é verde. O musgo também. São rápidas, velozes e baixas. Mas não anormalmente baixas. Normalmente. Uma tempestade num copo de água. Não é possível. O Dumbo sempre teve orelhas grandes. E tromba também. Há muitas plantas verdes. É carnaval e eu vou no primeiro carro do corso. As máscaras mascaram. Com uma máscara, somos mascarados. Passamos a vida mascarados. O Zorro usava uma máscara. Mas só lhe tapava os olhos. Rabo. Chega. Não. Só mais um bocadinho. Um bocadinho é menos que um bocado. Um bocado são vários bocadinhos.
A mais não é obrigado.

Non-sense. Sem sentido.

Coincidências



Eu sei escrever.



Tu sabes ler.

quarta-feira, abril 27

Hoje apetece-me falar de tudo e de nada. Hoje apetece-me ouvir alguém falar. Não tanto quanto ás vezes me apetece, mas mesmo assim, ainda um bom bocado.
Que livros estão a ler, que filmes viram, que música nova ouviram. Gostaram? Não? sim? um pouco? porquê?
.
Eu gosto de caril e sábado vou a uma festa de anos no Caldas. Vai ser bom. Espero!
.
Ando cheia de trabalhos... Bons trabalhos! Mas mesmo assim tenho dificuldade em me concentrar neles... falta-me vontade... Porquê?? Não entendo e queria entender.
Esta seria sem dúvida a primeira coisa a mudar em mim, se me fosse dada essa oportunidade mágica, a falta de vontade...
Não entendo... é mau, muito mau mesmo e acho que não é só problema meu.
É o problema de toda uma geração. Isso assusta.
.
Amanhã vou ter um workshop, uma RGA, uma reunião e uma conferência. Amanha ainda tenho que trabalhar. Muito. Isso também assusta, mas mais que isso cansa e faz perder a vontade...
.
No sábado tenho uma festa no Caldas.

terça-feira, abril 12

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio
Houve alturas em que tive medo de acabar sozinho... E é estranho, porque eu até gosto de estar sozinho!
Tinha muitos medos, muitas coisas que queria fazer, muitos "objectivos". E eu nem sou uma pessoa de objectivos! sou mais do estilo "go with the flow"...

Hoje não estou sozinho. Já nem sei como é estar sozinho. E sabem que mais? Não quero voltar a saber.

De repente o resto deixou de ter importância.

"Meu deus! Será que vou ter sucesso na minha vida? Será que vou ter um emprego bem pago? Será que vou ter um bom carro e uma casa na praia?" Não sei... E sinceramente, não me interessa...

O que interessa, meus amigos, é isto: já não estou sozinho.

Se calhar nunca estive, mas a verdade é que muitas vezes me senti assim.
Agora já não sinto.
Que parvoíce...

Há certas "coisas" sem as quais já não consigo viver, sem as quais nada faz sentido, sem as quais a vida deixaria de ser vida.
Imaginar a vida sem ela, por um segundo que seja, é um castigo, uma tortura que temo não conseguir aguentar.
É impossivel viver sem "coração", ele é indispensável a cada micro segundo da minha vida. Ele é a minha vida. É ele que me faz levantar de manhã, é ele que me mantém agarrado a esta vida que todos julgam ser obrigatório viver. Pois é...

LOL, acho q não estou a fazer sentido nenhum... Mas bem vistas as coisas, quase nada faz sentido... A não ser uma coisa, tu e eu.


quinta-feira, fevereiro 24

Adão e Eva

Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia.

- E cada um de nós sonhou que o achara...

(...)

E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!

Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram
Sobre um leito de terra, cinza e pó!

Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!

Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
- Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.

Assim toda te deste,
E assim todo me dei:

Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.

E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos,
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-se tudo!
... Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.

Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado,
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!

E assim ***** e ***** se conheceram:

Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...

Eu, os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...

Depois...


(...)



Só o tempo dirá...





Poema de José Régio,
Adão e Eva,
Adaptado



quinta-feira, fevereiro 3

...

Não sei o que escrever...